Luanda – Um grupo de três empresários franceses manifestou, esta quarta-feira, em Luanda, interesse de alargar os seus investimentos e aumentar o número de empresas que operam no sector agro-pecuário no país, com vista a apoiar o processo de aumento da produção de bens alimentares em Angola.
Trata-se de investidores das empresas CFCAI, uma multinacional especializada em secagem de grãos, COOPEX (especialista em genética bovina) e da IDENA (uma das maiores empresas produtora de rações e suplementos alimentares para animais), que de forma unânime consideraram Angola como um país bom para se investir, tendo em conta as suas potencialidades e o ambiente favorável de negócios que se regista.
Os respectivos empresários, que estão no país no âmbito da visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, a Angola, manifestaram esta intenção hoje, durante o encontro que mantiveram hoje, na capital angolana, com o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Bartolomeu da Cunha.
Em declarações à imprensa, o director-geral da COOPEX, Tristan Gaiffe, fez saber que a sua empresa pretende desenvolver um projecto de criação do gado bovino de raça “Montbéliarde” em Angola, para dinamizar o processo de fabrico e transformação do leite no país.
Para a primeira fase de implementação deste projecto, avançou, a empresa prevê trazer para o país 165 cabeças deste gado, ainda neste ano, para testar a sua adaptação em Angola.
Para o gestor, a raça Montbéliarde tem uma boa capacidade de se adaptar às condições climáticas de muitos países africanos, com um potencial na produção de leite.
Quem também mostrou o interesse de reforçar o investimento em Angola é o director comercial para África da empresa IDENA, Damien Beacco, que já opera no país, no sector monogástrico.
Considerou o encontro mantido com o Ministério da Agricultura e Florestas como satisfatório, por permitir inteirar-se sobre as potencialidades e oportunidades de negócios que Angola possui no sector agro-pecuário.
Quanto à visita do Presidente francês ao país, o empresário referiu que servirá para reforçar a presença de mais empresas em Angola e vice-versa.
Por seu turno, o secretário de Estado para a Agricultura e Pecuária, João Bartolomeu da Cunha, afirmou que a audiência concedida aos empresários franceses serviu para trocar ideias relacionadas com a produção agrícola e agro-industrial no país.
Referiu que a materialização das intenções manifestadas pelos empresários vai trazer enormes benefícios, principalmente na obtenção de conhecimentos e tecnologia de ponta para a área agrícola e pecuária, bem como aumentar a produção de bens alimentares que o país ainda produz em quantidades reduzidas.
Outra vantagem, prosseguiu, será igualmente permitir o aumento da capacidade de armazenagem dos produtos e dar maior qualidade aos cereais, facto que permitirá reduzir consideravelmente as perdas pós-colheita.
Para tal, apelou aos empresários a instalarem as suas unidades industriais em Angola, para a transformação local das matérias-primas que o país possui.
Além da intenção de investimento dos referidos empresários, já operam em Angola 60 empresas francesas, em diversos sectores sócio-económicos do país, o que permitiu a criação de mais de 10 mil postos de trabalho, segundo o Clube de Empresários França-Angola (CEFA).
A cooperação bilateral entre Angola e França data de 1982, sendo a quarta vez que um Presidente francês vai “pisar” o solo angolano. A última visita de um Estadista francês a Angola foi feita, em Julho de 2015, pelo ex-Presidente, François Hollande.
Enquanto isso, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, visitou a França em Maio de 2018. QCB/PPA
