Cultura

A Nossa História

Angola é um cruzado milenar de manancial cultural e antropológico de dimensão e valor incalculáveis que deve orgulhar os seus filhos. 

O navegador português Diogo Cão, aquando da sua chegada às costas de Angola em 1482, encontrou já um reino estruturado – O Reino do Congo, formado pelos povos Bantu, vindos essencialmente do Norte.

Foi então estabelecida uma relação cordial entre os portugueses e os soberanos do Reino com intensas trocas comerciais. Mas essa relação cordial foi quebrada quando Paulo Dias de Novais iniciou a ocupação e administração directa da orla marítima através do estabelecimento de várias capitanias.

Paralelamente inicia-se o tráfico de escravos para o Brasil até ao século XIX quando foi abolida a escravatura.

Angola é um jovem país que conquistou a sua independência em 1975 após mais de 500 anos de colonização portuguesa. A 4 de Fevereiro de 1961 dá-se o início da luta armada de libertação (com destaque para três movimentos armados – MPLA, FNLA e UNITA).

A 11 de Novembro de 1975 é proclamada a independência de Angola pelo Dr. António Agostinho Neto. Não foi ainda, no entanto, nessa altura que Angola alcançou a tão almejada paz.

Os principais partidos armados envolveram-se numa guerra pelo poder que se prolongou por longos anos. Conquistada a paz a 4 de Abril de 2002, Angola encontra-se neste momento num dinâmico processo de reconstrução nacional. Todos os sectores da economia angolana, assim como as infraestruturas têm sido alvo de esforços de revitalização.

Língua Oficial

A língua oficial é o Português. Existem ainda mais de 20 línguas nacionais. A segunda língua mais falada (26%) é o umbundo na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. A terceira língua nacional mais falada (20%) é o quimbundo na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza-Sul.

Foi esta língua que deu muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa. O quicongo (ou kikongo) falado no norte, (Uíge e Zaire) tem diversos dialectos. Na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda. O chocué (ou tchokwe) é a língua do leste, por excelência. Desde a Lunda Norte ao Cuando Cubango. 

Cuanhama (kwanyama ou oxikwnyama), nhaneca (ou nyaneca) e mbunda são outras línguas de origem bantu faladas em Angola. No sul de Angola são ainda faladas outras línguas do grupo khoisan, faladas pelos san, também chamados bosquímanos.

Uma das grandes mais-valias de Angola é sem dúvida a sua cultura em todas as suas manifestações. A música angolana tanto a tradicional (semba, rebita), como a dita moderna (kizomba, kuduro, zouk) tem sabido trilhar o seu caminho, já com alguma projecção internacional.

Existem alguns instrumentos tradicionais que importa mencionar que fazem parte da riqueza cultural e tradicional angolana, como o batuque, o kissange e a marimba. “À marimba e ao kissange, ao nosso Carnaval, Havemos de Voltar.” 

As danças tradicionais extremamente ritmadas têm também lugar de destaque não deixando ninguém indiferente. 

A cada momento são enriquecidas com novos ritmos e variações como demonstração da apurada criatividade angolana no que a elas diz respeito. O Carnaval é sem duvida uma das expressões culturais a seguir com um conjugar harmonioso de música, dança e tradição. Em termos de artesanato Angola tem sem dúvida muito a oferecer.

O artesanato em madeira é talvez o que tem mais expressão (pau-preto, pau cinza, pau rosa, panga-panga), mas existem ainda outros materiais que são explorados com muita mestria como o barro, a mateba (fibra duma palmeira), bronze, marfim, chifre, etc. 

Nota importante – se adquirir peças de artesanato e pretender levá-las para o exterior do país deverá adquirir um selo no Ministério da Cultura e colá-lo na peça.

Curiosidades

Em Angola, a dança distingue diversos géneros, significados, formas e contextos, equilibrando a vertente recreativa com a sua condição de veículo de comunicação religiosa, curativa, ritual e mesmo de intervenção social. Não se restringindo ao âmbito tradicional e popular, manifesta-se igualmente através de linguagens académicas e contemporâneas.

A presença constante da dança no quotidiano, é produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe (às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde a dança se revela determinante enquanto factor de integração e preservação da identidade e do sentimento comunitário.
Com isto, Angola hoje, se destaca pelos mais diversos estilos musicais, tendo como principais: o Semba, o Kuduro e a Kizomba.

Religião

A maioria da população angolana professa a religião católica. Cerca de quarta parte da população pertencem as igrejas protestantes introduzidas durante o período colonial: as igrejas Baptista, enraizadas principalmente entre os bakongos, as metodistas, concentradas na área dos ambundos, e as congregacionais, implantadas entre os ovimbundos, para além das comunidades mais reduzidas de protestantes reformados e luteranos.

Existem ainda as igrejas adventistas, as neo-apostólicas e um número de igrejas pentecostais, algumas das quais com forte influência brasileira. Há, finalmente, duas igrejas do tipo sincrético, nomeadamente as igrejas kimbanguistas com origem da República Democrática do Congo e as igrejas toquistas que se constituíram em Angola, ambas com comunidades de dimensão bastante limitada.

Os praticantes de religiões tradicionais africanas constituem uma pequena minoria, de carácter residual, mas entre os cristãos encontram-se com alguma frequência crenças e costumes herdados daquelas religiões. Destaca-se ainda a presença de muçulmanos provenientes de outros países da África Ocidental.