Presidente da República constata grau de funcionamento do Hospital do Prenda

O Presidente da República, João Lourenço, deslocou-se, na manhã de sábado, ao Hospital do Prenda, em Luanda, para se inteirar do seu grau de funcionamento e do andamento das obras de requalificação e ampliação que a unidade sanitária está a receber desde Setembro de 2022, por iniciativa da direcção da instituição.

Acompanhado de alguns membros do Executivo e do seu Gabinete, o Presidente da República percorreu, demoradamente, várias zonas de serviço daquela unidade hospitalar de referência, com realce para o Centro de Hemodiálise, uma nova área da instituição inaugurada em Julho de 2022 pela ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

Durante a visita, que durou cerca de duas horas, João Lourenço interagiu com alguns pacientes que ali se encontram internados, tendo desejado aos mesmos rápidas melhoras.

O Presidente da República deixou o local sem prestar declarações à imprensa, mas, antes de o fazer, manteve uma breve conversa com a ministra da Saúde, que, ao prestar declarações à imprensa, depois daquele momento, revelou que o Chefe de Estado “ficou muito satisfeito com a iniciativa do próprio hospital”.

“Sua Excelência ficou muito satisfeito com a iniciativa, sobretudo com a reabilitação já feita ao Bloco Operatório, que está praticamente concluído e equipado, bem como com o melhoramento dos cuidados intensivos e pela grande expansão feita à área de Hemodiálise”, destacou Sílvia Lutucuta.

A ministra da Saúde fez saber que o Hospital do Prenda não recebia, desde a sua edificação, a cinco de Maio de 1974, grandes obras de requalificação, situação que estava a levar o edifício a atingir níveis de degradação preocupantes.

“Já estávamos numa situação bastante difícil, razão pela qual o próprio hospital, por iniciativa própria e com poucos recursos, começou, de forma faseada, a dar tratamento a algumas áreas prioritárias do hospital”, salientou a ministra da Saúde, informando ser por esta razão que decidiram convidar o Presidente da República a visitar a unidade hospitalar, para constatar, in loco, a situação da unidade hospitalar, assim como dar orientações precisas sobre a mobilização de recursos necessários para a conclusão daquelas obras.

“Todos os profissionais da Saúde, em especial os do Hospital do Prenda, ficaram muito satisfeitos com a visita do Presidente da República ao Hospital do Prenda, um hospital de referência nacional do nível terciário”, salientou.

Sílvia Lutucuta referiu que as obras consistem na requalificação geral do Hospital, que já começou pelo Bloco Operatório. Reforçou que esta intervenção visa, de forma essencial, melhorar todos os serviços do Hospital, tais como as enfermarias, Banco de Urgência, esterilização, consulta interna e externa e outros.

O Hospital do Prenda é muito conhecido pela sua especialidade em Traumatologia (ramo da ortopedia responsável por cuidar de casos que envolvem traumatismo, geralmente lesões relacionadas à fractura de braço, perna, torções e ruptura de ligamentos), cuidados intensivos, Medicina Interna, Ortopedia, Cirurgia Geral, maxilo-facial, para além de outros serviços. 

 
Serviços de Nefrologia

A ministra da Saúde deu a conhecer que o Hospital do Prenda vai ser o primeiro a ter uma enfermaria dedicada aos serviços de Nefrologia (especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e tratamento clínico das doenças do sistema urinário, em especial o rim), destinado aos doentes com complicações desta natureza.

“A pressão assistencial começa a ser muito grande não só aqui como, também, nos serviços de Banco de Urgência, razão pela qual se criou uma nova área para o Banco de Urgência”, frisou a ministra da Saúde.

Tolerância zero para as más práticas

Em relação aos casos de negligência registados em algumas unidades hospitalares públicas, nos últimos meses, muitos dos quais culminando com a morte do paciente, a ministra da Saúde disse ter sido aprovado uma circular a nível do sector sobre tolerância zero, que agravou a punição para o mau atendimento ao paciente.

“Prestar assistência médica é um acto de amor e de compaixão, que exige do profissional muita atenção”, alertou Sílvia Lutucuta, informando haver já alguns processos disciplinares em curso contra profissionais de saúde que cometeram infracções dessa natureza. A ministra da Saúde lembrou que o sector precisa de profissionais comprometidos com a causa, que passam por salvar vidas, e não o contrário.

“Se o Executivo está comprometido com a causa, os nossos profissionais também devem estar”, aclarou.

 
Levar os pacientes mais cedo às unidades sanitárias

Entretanto, a ministra da Saúde apelou às famílias a levarem os pacientes mais cedo às unidades hospitalares, para dar ao médico a possibilidade de o salvar.

Sílvia Lutucuta revelou que 90 por cento dos casos que chegam aos hospitais poderiam ser “leves” se chegassem cedo. “A melhoria do serviço de saúde também depende da educação da nossa população e da prontidão em trazer os pacientes mais cedo às unidades sanitárias”, sublinhou, para acrescentar: “nós temos estado a assistir que as pessoas vão à procura de tratamentos alternativos e, quando vêm aos hospitais, já é muito tarde”.

Caso médico agredido por familiar do paciente

Para impedir que casos semelhantes àquele ocorrido no Hospital do Prenda, em que um médico foi atirado do primeiro andar para baixo por familiares de pacientes, a ministra da Saúde informou que o sector reforçou as equipas de segurança nas unidades sanitárias, bem como estreitou, ainda mais, as relações de trabalho com o Ministério do Interior, de modo a ajudar no reforço da segurança das unidades sanitárias e dos profissionais em serviço.

Em relação aos familiares que agrediram o médico, a ministra da Saúde assegurou que os mesmos já estão a contas com a Justiça. “Nós temos estado a acompanhar o caso. Os nossos tribunais estão a tratar da situação”, adiantou, apelando às famílias a absterem-se de práticas do género, sob pena de seguirem o mesmo destino.

Médico satisfeito com as obras de reabilitação    

Paulino Alves do Nascimento, chefe do Serviço de Traumatologia e Ortopedia do Hospital do Prenda, elogiou a iniciativa da Direcção do Hospital, avançando que as obras de reabilitação e ampliação em curso permitiram o aumento do número de camas na sua zona de trabalho e dar uma maior resposta aos casos de sinistralidade que para ali vão parar.

“As obras de reabilitação e ampliação chegaram em boa hora, na medida em que permitiram melhorar as condições de trabalho”, ressaltou, alegre!