Presidente João Lourenço: “Tomemos consciência da necessidade urgente de cuidarmos do mar”

O Presidente da República apelou, nesta quinta-feira, a uma maior consciência sobre a necessidade urgente de se cuidar do mar, lembrando ser este o meio “importante” que contribui, de forma significativa, para o equilíbrio ecológico, para a vitalidade das economias e melhoria da qualidade da vida humana.

João Lourenço, que partilhou a mensagem na sua conta do Facebook, por ocasião do Dia Mundial dos Oceanos, ontem assinalado, disse ser fundamental tratar dos oceanos, enquanto veículo de ligação fundamental entre os povos, línguas e civilizações, e a artéria principal para a circulação da riqueza material.

“Tomemos consciência da necessidade urgente de cuidarmos do mar, este importante meio que contribui, significativamente, para o equilíbrio ecológico, para a vitalidade das economias e para melhor qualidade da vida humana”, escreveu o Presidente da República, na mensagem.

O Dia Mundial dos Oceanos é celebrado, anualmente, a 8 de Junho, e pretende lembrar a importância dos oceanos no quotidiano, enquanto pulmões do Planeta.

Ao discursar na II Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, realizada em Junho do ano passado, em Lisboa, Portugal, o Presidente da República referiu ser impossível falar da preservação e melhoria da exploração dos recursos marinhos sem falar, também, da necessidade da protecção do ambiente, no seu todo, cuja degradação, como sublinhou, se reflecte, negativamente, nos mares e oceanos.

O Presidente João Lourenço fez saber, naquela ocasião, que contou com a presença dos Chefe de Estado e de Governo dos 193 países-membros da ONU, que o aquecimento global é responsável pelo “degelo da calote” glaciar, que vem aumentando, de forma assustadora, o nível das águas do mar, colocando, deste modo, em perigo cidades e outros assentamentos populacionais do litoral à escala universal.

João Lourenço lembrou que o aquecimento global, que aumenta a temperatura média das águas dos oceanos, é responsável pelo aumento expressivo do número de ciclones, furacões e tsunamis no Atlântico, no Índico e no Pacífico, sendo cada vez mais frequentes e devastadores, causando um elevado número de vítimas humanas e danos materiais consideráveis em, praticamente, todos os continentes. Em função deste quadro, disse ser da responsabilidade de todos os líderes mundiais tomar as medidas assertivas, com vista à redução, cada vez mais, da emissão de gases com efeito estufa, a fim de proteger a camada de ozono e, consequentemente, o Planeta.

“Os oceanos são não só uma importante fonte de riquezas para as economias dos países por eles banhados, como desempenharam, sempre, um importante papel na mobilidade dos povos, na interacção e integração das diferentes culturas, religiões, hábitos e costumes dos povos e nas trocas comerciais entre as nações”, realçou, na altura, o estadista angolano.

João Lourenço lembrou que os oceanos constituem a maior biosfera do Planeta e a eles estão associados um conjunto de benefícios para a humanidade, os quais, como aflorou, devem ser salvaguardados para que as gerações futuras tenham uma qualidade de vida melhor.

O Presidente da República deu a conhecer, na Cimeira de Lisboa, que o Governo integrou, no Plano de Desenvolvimento Nacional, o ordenamento das actividades que ocorrem no mar, de modo a potenciar a Economia Azul, através do reforço da fiscalização e regulação da exploração dos recursos marinhos.

Acrescentou que Angola mantém uma relação com o Oceano Atlântico que a obriga, a cada momento, a desenvolver iniciativas e a procurar soluções que concorram para a sua utilização em moldes que o protejam e sirvam os interesses de todos os países que lhe são ribeirinhos.

O Presidente João Lourenço disse ser em função desta perspectiva que o país tem vindo a desenvolver acções no sentido de alargar os limites da sua Zona Económica Exclusiva, procurando dar os passos necessários junto da comissão competente das Nações Unidas.

A intenção, com isso, prosseguiu o estadista angolano, é consagrar, legalmente, este objectivo, na base do qual se pode passar a utilizar e proteger os recursos que se encontram em zonas próximas da sua costa, “que têm vindo a ser objecto de delapidação por parte de frotas pesqueiras estrangeiras não licenciadas”.

O Presidente da República disse ser, cada vez mais evidente, a importância dos oceanos para o fluxo regular de mercadorias e o seu impacto no comércio mundial e na estabilização dos preços de bens essenciais e das matérias-primas, assim como no funcionamento normal da economia global.

O estadista angolano referiu que, perante esta constatação, sobressai, necessariamente, a importância fulcral e a necessidade incontornável da utilização pacífica dos oceanos, como garante da sobrevivência em condições humanamente dignas das populações de todo o Planeta.