As questões em torno da implementação da Bolsa de Diamantes constam dos principais temas de abordagem do VIII Conselho Consultivo do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que a cidade do Uíge vai acolher amanhã e sexta-feira sob o lema “Crescimento, Desenvolvimento e Diversificação”.
A informação foi avançada ontem, em Luanda, pelo secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correia Victor, à margem da cerimónia de tomada de posse de 24 chefes de departamento e quatro de secção das unidades orgânicas recentemente nomeados pelo ministro Diamantino Azevedo, dando conta que o conclave vai falar sobre a implementação dos objectivos e metas previstas no Plano de Desenvolvimento Sectorial (PDS) 2023-2027.
Jânio Victor explicou que, geralmente, nos grupos temáticos discutem-se temas mais aprofundados como, por exemplo, dos recursos minerais, mas reserva um especial destaque para o processo de implementação da Bolsa de Diamantes, o que passa pela apresentação do nome e regime cambial para o sector mineiro.
Em relação à parte temática dos petróleos, segundo fez saber o secretário de Estado, será abordada a implementação do financiamento, o conteúdo local, a estratégia de exploração e a licitação de projectos.
A Bolsa de Diamantes, avançou Jânio Correia Victor, é um projecto que está a ser criado, isto é, não se pode avançar sem ter a bolsa numa fase embrionária, neste momento estão a ser preparadas as instalações na sede da Endiama.
“O Executivo decidiu criar a Bolsa de Diamantes porque estrategicamente Angola é um dos países com maior probabilidade de produção de diamantes para os próximos 50 anos, isso pelas minas existentes no país, pela capacidade de diamantes existentes, como, por exemplo, a mina do Luaxi, que será inaugurada este ano, com previsão para um tempo de vida que se deverá estender até 2090”, sublinhou.
O secretário de Estado defendeu a necessidade de um mecanismo de controlo dos preços dos diamantes angolanos e adiantou, por outro lado, que será inaugurada a primeira fase de uma mina de cobre na província do Uíge, um projecto antigo que está a ser explorado em parceria com uma empresa chinesa.
Valor acrescentado
Jânio Correia Victor deu ainda a conhecer que está prevista, para breve, a construção de uma siderurgia na província do Namibe, ou seja, daqui a dois ou três anos. Dependendo da evolução do projecto à montante, o sector está a apostar também na produção de ouro, pois há vários projectos para a prospecção do ouro, nomeadamente a inauguração recente de um complexo aurífero no município de Buco-Zau, na província de Cabinda, com capacidade para produzir 150 quilos por ano.
O secretário de Estado adiantou também que o sector está a prever construir, ainda este ano, uma refinaria de ouro para que este recurso seja exportado com valor acrescentado.