Analista político destaca papel de Angola na estabilização de África 

Luanda – O analista político Matias Pires destacou o empenho de Angola, para o estabelecimento da paz e segurança no Continente Africano, com particular realce para a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Matias Pires, especialista em Relações Internacionais, falava à ANGOP sobre os “efeitos da cooperação intra-africana no combate às acções de desestabilização dos estados do Continente”, tendo, na oportunidade, destacado as acções do Presidente João Lourenço para pacificar África.

Matias Pires referiu que Angola integrou a missão de paz da SADC para a estabilização do Lesotho e participa da missão que procura devolver a paz e a estabilidade na região do Cabo Delgado, em Moçambique.

O especialista explicou que o Presidente empenhou-se na reaproximação e desanuviamento da tensão entre o Rwanda e o Uganda, acção que deu lugar à assinatura do memorando de Luanda, em 2019, e implementado até a reabertura da fronteira de Catuna – Gatuna, no início de 2020, e do Roteiro de Luanda, em 2022.

“Angola acumulou uma vasta experiência desta natureza, da compreensão dos conflitos, fruto do longo período de guerra civil. Tem estado a contribuir para o país exportar a sua doutrina de paz e reconciliação, um modelo único em África”, referiu.

Matias Pires ressaltou que Angola está a entrar no 21º ano de paz efectiva, com uma reconciliação plena e reintegração social, política e económica dos envolvidos no conflito armado.

Lembrou que Angola cumpriu, nos últimos 21 anos, dois mandatos como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“Angola tem desempenhado um grande papel em termos da gestão e resolução de conflitos no continente. O primeiro Presidente do país, António Agostinho Neto, definiu o princípio da solidariedade para com os povos oprimidos”, disse o analista, para quem o país continua a envidar ingentes esforços no sentido de se conseguir a paz na RDC.

“Muitos passos já foram dados, cumprindo o mandato que a União Africana concedeu ao Presidente João Lourenço, mas a vontade política das partes é fundamental e também há a necessidade das forças negativas externas largarem o apoio que prestam ao M23”, reforçou.

Ainda sobre o papel de Angola, lembrou que enquanto Presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, o Presidente João Lourenço contribuiu para a manutenção do Presidente da República Centro Africana, Faustin-Archange Touadéra, eleito democraticamente, contra as tentativas da sua deposição por grupos rebeldes.