Argélia quer experiências de Angola para explorar petróleo em offshore

A República Democrática Popular da Argélia está interessada em absorver a experiência de Angola na exploração de petróleo em Offshore, para dinamização e desenvolvimento da actividade Upstream argelino, anunciou, ontem, em Luanda, o embaixador Abdelhakim Mihoubi.

Em declarações ao Jornal de Angola, no final de um encontro que manteve com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, Vicente Soares, que serviu para o reforço das relações comerciais entre os dois países, Abdelhakim Mihoubi, disse que o seu país possui uma vasta experiência de exploração de petróleo em Onshore”, e neste momento, quer avançar para uma produção em Offshore.

“Argélia e Angola são fortes na exploração de petróleo. O meu país possui uma ampla experiência na exploração de petróleo em Onshore. Nesta fase em que estamos a relançar as relações económicas e comerciais, queremos absorver o “now-how” de Angola na exploração do crude em Offshore”, disse, manifestando que Argélia está interessada em técnicos angolanos no sector petrolífero.

“Queremos formar técnicos angolanos no sector petrolífero em várias especialidades. Contamos com universidades de grande prestígio na formação de engenheiros de petróleos. Aliás, Angola já beneficiou da Argélia na formação de quadros no sector dos petróleos”, referiu.

Agricultura

Para o diplomata Abdelhakim Mihoubi, a par do sector petrolífero, Argélia está, igualmente, interessada em cooperar com Angola no ramo da agricultura, com o objectivo de apoiar o país a dinamizar o fomento agrícola, no âmbito do programa do Executivo da diversificação da economia nacional.

“Argélia tem grande experiência no sector da agricultura e apostamos fortemente na diversificação de várias culturas no país. Angola pode beneficiar da nossa experiência, sobretudo na irrigação gota-a-gota. Hoje, o nosso país é grande exportador de produtos agrícolas para a Europa. A experiência que adquirimos desde do tempo colonial faz-nos de um potente no ramo da agricultura e Angola pode absorver o nosso conhecimento”, notou.

Melhorar trocas comerciais

De acordo com o embaixador Abdelhakim Mihoubi, o volume comercial das exportações da Argélia para Angola, em 2022, situou-se em 20 milhões de dólares. Segundo o diplomata, este valor vai ser aumentado, nos próximos anos, com o reforço das relações comerciais entre os dois países.

“Infelizmente, não tivemos muitas trocas comerciais entre Argélia e Angola, no ano passado, mas vamos trabalhar para o reforço desta cooperação, com o objectivo de incentivar os empresários argelinos do sector da agricultura a procurarem parcerias de negócios com agricultores angolanos”, disse.

Indicou que as câmaras de comércio e indústria da Argélia e Angola vão trabalhar em conjunto para que as relações comerciais sejam flutuosas, em benefício dos dos dois países. “As relações de amizade e diplomáticas são excelentes. Agora, vamos avançar para as relações comerciais e económicas, em benefício dos empresários dos dois países. Vamos promover visitas e exposições de negócios para aproximarmos os agentes económicos da Argélia e Angola”, disse.

Relações económicas

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angola, Vicente Soares, disse que o acordo comercial, assinado em 2008, com a congénere da Argélia, deve ser actualizado, para impulsionar as relações económicas entre os dois países.

“Existe um acordo comercial, rubricado em 2008, entre as duas câmaras, mas, infelizmente, nunca foi implementado. A ideia é actualizar este Memorando de Entendimento para passarmos a fase de execução”, disse.

Para o gestor, as relações políticas e de amizade com a Argélia são excelentes, e datam, há muito tempo. Segundo Vicente Soares, o objectivo é implementar as relações económicas, para a promoção das trocas comerciais entre os dois países.

“As trocas comerciais entre Angola e Argélia são bastante fracas. Argélia é potencial em sectores produtivos e Angola pode beneficiar deste potencial. Este país é forte em trigo e no passado já importamos vinhos argelinos”, destacou.