Cimeira Estados Unidos-África

O Presidente da República encontra-se em Washington, onde participa em mais uma Cimeira Estados Unidos-África.

O encontro deste ano entre o Presidente Joe Biden e os líderes africanos acontece numa altura em que outras potências como a China, Índia, Japão, Turquia e os Emirados Árabes Unidos vão intensificando os investimentos no continente.

A questão a saber  é que  os Estados Unidos pretendem, com esta Cimeira, solidificar a democracia, a boa governação e as acções em defesa do ambiente, valores defendidos por essa potência mundial, para reforçar a relação com perceiros sólidos em África, sobretudo em aspectos relativos à segurança.

Por exemplo, os Estados Unidos estão preocupados com a instabilidade no Leste da República Democrática do Congo, um assunto que também preocupa Angola, em que o Presidente João Lourenço é o mediador para a paz naquela região.

Os Estados Unidos estão interessados , também, no combate à pirataria no Golfo da Guiné e, em geral, na estabilidade do continente africano, onde alguns países têm sido palco de golpes de Estado ou de tentativas de alcance do poder por vias inconstitucionais.

Portanto, são vários os assuntos que deverão ser discutidos em Washington e o Chefe de Estado angolano, na qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e mediador do diferendo entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda, deverá ser consultado pelo Presidente dos Estados Unidos sobre esse e outros assuntos do continente.

Em recente entrevista à TPA, João Lourenço disse esperar que a Cimeira Estados Unidos-África traga resultados a médio e a longo prazos e não seja apenas mais um evento. O Chefe de Estado angolano promete apelar a administração norte-americana a apostar, cada vez mais, em África, nos mais variados sectores, tendo em vista o grande potencial do continente.

Mas, João Lourenço também quer abordar outros assuntos. Temas como o posicionamento de Angola em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a crise alimentar mundial e as alterações climáticas deverão ser levados à Cimeira pelo Presidente da República.

Ao levar à discussão sobre  conflitos militares, o Chefe de Estado reafirmará que Angola é contra qualquer forma de guerra no Planeta, não apenas por ser membro da Organização das Nações Unidas, mas, sobretudo, porque já foi vítima de um conflito armado  que destruiu o país.