Luanda – O Conselho de Ministros (CM) aprovou, esta segunda-feira, o Relatório de Balanço do mandato 2017/2022, no qual destaca os principais marcos alcançados e desafios enfrentados pelo Executivo, marcado pela pandemia da Covid-19 e a crise económica.
O documento, aprovado na sétima e última sessão ordinária do CM, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, salienta os esforços do Executivo na consolidação do Estado Democrático e de Direito, bem como a implementação de um conjunto de reformas institucionais e económicas.
Não obstante a crise económica e financeira que o país enfrenta, desde 2014, e a pandemia da Covid-19, que abalou o mundo, a partir de finais de 2019, o Executivo diz ter trabalhado na resolução dos grandes problemas que afligem a população, adoptando medidas determinantes para evitar-se um cenário mais difícil do que o registado.
No quadro da materialização das medidas constantes do Projecto de Simplificação de Procedimentos na Administração Pública (Simplifica 1.0), o CM aprovou um diploma que estabelece o Regulamento sobre a Emissão, Atribuição e Uso da Licença para a Transladação Interna de Cadáveres.
O documento atribui ao Ministério da Saúde, enquanto órgão licenciador, competência para conceder ou habilitar a entidade requerente ao transporte ou transladação do cadáver de uma província para outra.
A aprovação deste diploma, para além de colmatar a lacuna existente sobre a matéria em referência, vem simplificar os procedimentos para a emissão de licença no sentido da transladação ou transporte de cadáveres, eliminando a exigência de documentos como o Assento de Óbito, Informação da Saúde, Declaração da Saúde e a Declaração Policial de Transporte de Cadáver.
Após a entrada em vigor deste diploma, será necessário, apenas, a apresentação, por parte do requerente, do formulário da solicitação, uma cópia do Bilhete de Identidade (BI) e de um Atestado de Óbito ou qualquer outro documento equivalente.
Relativamente ao Sector da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, o Conselho de Ministros aprovou um diploma que estabelece o Regime Jurídico do Sistema Nacional de Qualificações, definindo os instrumentos e as estruturas necessárias ao seu funcionamento e desenvolvimento, de modo a se melhorar a articulação do ensino e da formação profissional com o mercado de trabalho e com a sociedade civil.
O diploma proporcionará aos jovens e adultos maior capacidade de inserção em percursos de aprendizagem e de trabalho, aumentando a eficiência do investimento público no ensino e na formação profissional, respondendo, desta forma, às expectativas e necessidades de desenvolvimento das pessoas e da economia nacional.
Ainda no sector da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social foi aprovado um Decreto Presidencial que cria o Instituto Nacional de Qualificações, instituição que tem por missão contribuir na melhoria dos níveis de qualificação dos jovens e dos adultos, através da disponibilização de uma oferta atractiva e diversificada de qualificações, de nível não superior.
Este diploma jurídico visa promover e valorizar a formação inicial contínua e a aprendizagem ao longo da vida, bem como a sua inserção no mercado de trabalho.
O Conselho de Ministros aprovou, de igual modo, instrumentos bilaterais de cooperação com a República de Ruanda e Cabo Verde, em diversos domínios, bem como a Programação Financeira do Tesouro Nacional, referente ao III Trimestre de 2022.
Outro diploma aprovado é a Estratégia de Médio Prazo da Dívida 2022- 2024, um instrumento de gestão da dívida pública que visa orientar o Executivo a estabelecer metas e objectivos mais concretos no âmbito da contratação de novos financiamentos e a realizar uma gestão cada vez mais prudente do custo e risco da carteira de dívida.
Pretende-se, com esta estratégia, colmatar as necessidades de financiamento, mantendo o equilíbrio entre a redução do custo de endividamento e a manutenção do risco em níveis sustentáveis, definindo as metas de actuação para o triénio em referência.
Nesta última sessão ordinária, a pedido do Presidente da República, João Lourenço, foi observado, no início da reunião, um minuto de silêncio em homenagem ao passamento físico do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, vítima de doença.
Fonte: Angop