Um diplomata exímio que alcançou vitórias significativas para o país

O antigo ministro das Relações Exteriores referiu que em situações difíceis, onde, algumas vezes, parecia impossível ultrapassá-las, a veia diplomática de Eduardo dos Santos e a sua coerência permitiram alcançar resultados que foram úteis ao país e ao continente.

Manuel Augusto disse guardar a imagem de alguém que fez da diplomacia, ao longo dos anos, uma arma de combate que permitiu alcançar vitórias significativas para o país e região da África Austral, dirigindo uma vasta equipa.

“Falo aqui com alguma propriedade, porque, eu próprio, sou produto deste tempo, desta escola e da capacidade de ver o mundo e utilizar todos os instrumentos possíveis que a diplomacia oferece para benefício dos interesses do nosso país”, realçou.

Na visão da  secretária para a Política de Quadros do Bureau Político do Comité Central do MPLA, José Eduardo dos Santos deu contributos para economia aberta e a instauração da democracia multipartidária, sobretudo para o alcance da paz, um facto que lhe conferiu o nome de “Arquitecto da Paz”.

Ângela Bragança referiu que o ex-Presidente foi uma figura de grande referência e força. “Uma figura com esta dimensão não pode passar despercebida, para lá de outras circunstâncias,  temos que valorizar tudo que houve de positivo, e, de certa forma, honrar os nossos heróis e a nossa pátria”, sublinhou.

Recordou que assistiu, na sede do MPLA, todo o movimento relativo à transição desde Agostinho Neto a José Eduardo dos Santos. A secretária para a Política de Quadros do MPLA, Ângela Bragança, disse ter referências muito fortes do que representa a dimensão da figura de José Eduardo dos Santos. Nesta hora, continuou, importa reflectir sobre a obra que deixou, onde encontramos, também, “as qualidades de uma pessoa de trato fácil e de uma serenidade incontestável”.

Político de grandes convicções

Para o secretário nacional da JMPLA, Crispiniano dos Santos, o país perdeu um homem e um político de grandes convicções que doou a sua juventude à defesa da pátria e de todos os  angolanos.

José Eduardo dos Santos deixa um legado enorme, tendo em conta o seu papel na promoção da conquista da paz, considera um ganho cujos jovens angolanos têm a missão de preservar, em honra à sua memória e ao seu legado.no grande percurso histórico de Angola”.

Dimensão de Estadista

O general Pedro Neto, ao sublinhar a dimensão de José Eduardo dos Santos como Estadista de qualidades políticas excepcionais, refere que, nessa hora de dor e luto, devemos guardar a memória dele, respeitar o seu passado e realizar uma cerimonia fúnebre à altura da sua dimensão.”Vejo a morte de José Eduardo dos Santos como a de um Comandante-em-Chefe, onde José Eduardo dos Santos desempenhou um grande papel, conseguindo manter a inviolabilidade do solo pátrio e protagonizar outras conquistas. “A minha principal recordação é como militar”, frisou o general Pedro Neto.

Ministra de Estado Carolina Cerqueira
Paz e respeito não têm preço
A ministra de Estado para Área Social sublinhou que a paz e o respeito não têm preço, por isso “temos que dar honra, memória e dignidade à figura do antigo Presidente da República. Carolina Cerqueira, comentava, desta maneira, o falecimento de José Eduardo dos Santos, tendo manifestado solidariedade à família.

A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, afirmou que a morte de José Eduardo dos Santos, o 4º presidente na linha de sucessão do partido, deixa a todos consternados, “não apenas pelo que representou na história do MPLA, mas, também, pelo que representou para o país”.

“Deixa muitas lembranças e boas recordações, fruto de vários factos produzidos por si, que marcaram a história de Angola e do MPLA”, frisou Luísa Damião. Desde os 37 anos que se dedicou a causa do MPLA e dos angolanos, José Eduardo dos Santos assumiu a liderança do país num momento difícil, tendo conseguido trabalhar para que o povo angolano conquistasse a paz, referiu a política.

A número dois do MPLA frisou que o antigo Presidente da República deixa marcas  indeléveis na história do Estado angolano e, pelos seus feitos, será recordado por vários angolanos. Confrontada sobre o impacto que a morte de José Eduardo dos Santos pode causar no partido,  Luísa Damião afirmou, com grande confiança, que “o MPLA sempre foi um partido que prima pela unidade e coesão dos militantes”.

“Este é um momento que deve nos unir a todos, com serenidade, para prestarmos a devida homenagem a um filho da pátria que merece toda honra e dignidade”. Tendo em conta o pleito que se avizinha, a vice -presidente do MPLA referiu que é preciso manter a calma, suspender todas as actividades políticas, em respeito os sete dias de luto nacional.

O MPLA, fez saber, suspendeu as actividades de massas que, a princípio, deviam acontecer ontem. A secretária-geral da OMA, Joana Tomás, que tomou conhecimento da morte durante apresentação do Manifesto Eleitoral e do Programa de Governo 2022-2027, disse que José Eduardo dos Santos tocou, de forma directa e indirecta, a vida dos angolanos.Durante a sua carreira como jornalista, Joana Tomás partilhou  que esteve muito próxima do antigo Presidente, tendo a oportunidade de acompanhar algumas das suas várias etapas. “Deixem-nos chorar, viver o momento de dor, observar o luto, porque José Eduardo dos Santos é um filho da nossa pátria, que nos conduziu em momentos muito difíceis”, expressou, desta forma, a sua comoção. Joana Tomás frisou que é preciso olhar para o legado que José Eduardo dos Santos deixa aos angolanos. “Nós, as mulheres da OMA, queremos ter o nosso presidente emérito aqui em Angola”, concluiu.

Fonte: Jornal de Angola