Questões de ordem técnica e administrativa dominam a reunião do Comité de Secretários-gerais dos Parlamentos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a decorrer desde sábado, em Luanda.

O encontro, que antecede a realização da 55ª sessão plenária do Fórum Parlamentar da SADC, agendado entre 1 e 7 do próximo mês, na capital do país, está a servir para os deputados da região avaliarem o nível de evolução dos respectivos Parlamentos na perspectiva técnica e administrativa.

O secretário-geral do Parlamento angolano, Pedro Agostinho de Neri, referiu ontem, em declarações aos jornalistas, que em virtude de a sessão de abertura do Fórum estar marcada para o dia 2, os deputados fazem uma antecipação das reuniões que vão ter lugar durante o mediático evento.

“Está em análise um tema muito candente que é a inteligência artificial. Estamos a avaliar em que estágio é que os nossos Parlamentos se encontram, neste aspecto. Há aqui várias experiências, e alguns Parlamentos estão a um nível mais avançado que outros”, disse.

No caso de Angola, acrescentou Pedro Agostinho de Neri, a constatação é a de “estarmos numa fase de uso da inteligência artificial generativa”, em que é feito o recurso ao referido instrumento tecnológico, fazendo crer que se está a substituir o homem.

“Os nossos relatórios e actas dos plenários e outros tipos de exercícios são realizados aqui dentro e já conseguimos utilizar a inteligência artificial, que tem estado a facilitar o nosso trabalho e a encurtar o tempo de feitura de alguns documentos”, confessou o secretário-geral da Assembleia Nacional.

 
Mensagem de boas-vindas

Pedro Agostinho de Neri destacou, durante o discurso de boas-vindas, os desafios que o mundo contemporâneo coloca às administrações parlamentares da SADC. “Somos, pois, chamados a partilhar experiências e saberes sobre os assuntos mais candentes das nossas administrações parlamentares. Mais do que uma reunião, temos, aqui, uma análise comparada de boas práticas sobre a organização e gestão do trabalho parlamentar no domínio administrativo”, frisou. 

O secretário-geral da Assembleia Nacional referiu que um dos grandes desafios dos parlamentares e que deve merecer particular atenção prende-se com a transformação do FP-SADC em Parlamento Regional da SADC, sublinhando ser um “sonho” dos deputados da região prestes a se tornar uma realidade, “faltando somente a assinatura dois Estados”.  

“O futuro Parlamento da SADC certamente exigirá de nós, enquanto Administrações Parlamentares, um redobrado engajamento no sentido de que o mesmo possa alcançar os objectivos que estão na base da sua criação”, argumentou, assegurando o apoio das autoridades políticas da Assembleia Nacional.