Executivo projecta licitação de 50 poços até ao ano 2025

A licitação de um total de 18 novos blocos petrolíferos, dos 50 poços previstos até 2025, representa uma das principais metas do Executivo, no quadro da Estratégia de Exploração 2020/2025, visando os desafios do país assegurar a estabilidade produtiva, actualmente cifrada em cerca de um milhão de barris por dia.

A informação foi avançada terça-feira, em Luanda, pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, durante a audição parlamentar aos deputados da 5ª Comissão de Economia e Finanças, no âmbito das competências previstas no 307.º artigo do Regimento da Assembleia Nacional, que confere legitimidade de controlar e fiscalizar a actividade governativa.

Durante a audição, Diamantino Azevedo começou por fazer um enquadramento sobre o actual momento do sector que dirige, após ter superado um período marcado pelo declínio acentuado da produção do petróleo, motivada pela falta de investimentos na exploração de novos campos e a maturação natural, assim como a baixa procura, devido o abrandamento da actividade económica mundial, derivada pelo surgimento da Pandemia da Covid-19.

A estabilização da produção, na óptica do ministro, deverá obedecer uma série de acções, desde a procura de mais petróleo tanto em mar como em terra, na perspectiva de serem licitados 50 blocos até 2025, sendo que até a presente data foram realizadas um total 32 concessões, cuja entrada em produção permitiu reverter o quadro de declínio acentuado no início do mandato do actual Governo.

O titular do Merempet recordou que estes resultados assentam no conjunto de reformas implementadas, fruto das quais o Ministério passou a tratar das questões políticas, tendo sido criadas a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), na qualidade concessionária e o Instituto Regulador de Derivados de Petróleo (IRDP) órgão regulador, enquanto a Sonangol EP ficou limitada como empresa operadora.

 
Reestruturação da Sonangol

A dispersão em bolsa de 30 por cento do capital da Sonangol, disse, está condicionada pela conclusão do processo de reestruturação, de modo a garantir maior robustez financeira e vocação para a produção de energias como negócio nuclear da empresa.

De acordo ainda com o ministro, a dispersão do capital, numa primeira fase, será na Bolsa de Valor e Dívida de Angola (BODIVA), e depois a nível internacional, “um processo que levará ainda algum tempo, em função de questões que, no âmbito da sua reestruturação, não são dependentes da gestão, tal como os subsídios dos combustíveis, excesso de pessoal.”

O ministro recordou que a indústria está a passar por uma fase marcada pela descoberta de petróleo em vários países, à semelhança do que sucedeu com a Namíbia, nas Guianas, Suriname, petróleo de Xisto e a transição energética.