Venda de petróleo pode ter rendido Usd 2,8 mil milhões

As encomendas do Brent para os três primeiros meses deste ano podem ter rendido já ao país uma receita à volta dos 7,6 mil milhões de dólares, que vale para os cofres do Governo pouco mais de 2,8 mil milhões de dólares (37 por cento).

A contabilidade dos rendimentos petrolíferos do país, de acordo com especialistas do sector, estipula que 37 por cento das receitas da comercialização do petróleo sejam canalizadas para os cofres do Estado, 41 por cento para recuperação dos investimentos e 22 por cento constituem o lucro das companhias petrolíferas.

Nessa base, os cálculos do Jornal de Angola consideram a previsão de produção diária de 1,06 milhões de barris/dia e os preços médios de 82,03 dólares de Janeiro; 77,32 dólares de Fevereiro e 78,31 dólares de Março, divulgados pelas plataformas de acompanhamento das negociações diárias do mercado financeiro de Londres.

Essa produção equivale a uma média mensal de 32,1 milhões de barris, em linha com os 386 milhões de barris exportados em 2023.

Apesar de o Orçamento Geral de Estado (OGE) de 2024 manter-se conservador ao adoptar o preço de referência de 65 dólares o barril, o mercado está favorável às contas do país e até aqui negociou acima de 10 pontos percentuais das previsões.

Caso se mantenham estes indicadores e os preços sigam entre os 77 e 82 dólares como até aqui verificados, a produção estimada de 1,06 milhões de barris/dia vão gerar receitas extraordinárias ao OGE em mais de 700 milhões de dólares mensais.


Anunciados vencedores para explorar as bacias do Congo e Kwanza

Já são conhecidas as empresas e consórcios qualificados para operar nos blocos petrolíferos das Bacias Terrestres do Baixo Congo e do Kwanza a partir do presente ano fiscal.

Segundo o comunicado divulgado na quinta-feira, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), o concurso público das Bacias Terrestres do Baixo Congo e do Kwanza, aberto o ano passado a entidades nacionais ou estrangeiras, resultou na qualificação das empresas e a constituição dos grupos empreiteiros.

A ANPG avança que o processo teve como base de avaliação os requisitos para aquisição da qualidade de Associada da Concessionária Nacional, designadamente Operador (capacidade financeira, técnica e idoneidade) e Não Operador (capacidade financeira e idoneidade). Foram aprovadas as empresas Etu Energias, Sonangol, Serinus Energy, Walcot Limited, Acrep S.A, Grupo Simples Oil, Intank Group, Transoceanic e Ace Energy (empresas qualificadas operadoras).

A Sonangol, Grupo Simples Oil, Afentra, Enagol e Effimax Energy foram qualificadas como não operadoras. Não foram qualificadas as empresas First Index Group, Soconinfa, Apex Corcel, 5C Oil e Gas, Tusker Energy, Kebo, Gespenergy, Monka Oil, Whazwimi Investments e a ANM Energy.

A ANPG avança que a pontuação final resultou da avaliação das propostas recebidas e dos requisitos para qualidade de Associada da Concessionária Nacional, conforme descrito nas Regras e Procedimentos do Concurso, tendo resultado na composição dos Grupos Empreiteiros. Nos próximos dias, a ANPG notificará as empresas vencedoras quanto à data e local de início do processo de negociação dos Contratos de Partilha de Produção, etapa que deverá efectivar a adjudicação.

A concessionária nacional comunica, por outro lado, que se encontram disponíveis, para constituição de Grupos Empreiteiros, os blocos com ausência de Operador (CON 7 e KON 7), os blocos com propostas insatisfatórias (CON 3, KON 10 e KON 15) e os blocos com falta de propostas (KON 1, KON 3 e KON 14).