Exportações de petróleo geram mais de 31 mil milhões de dólares

O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Alexandre Barroso, enalteceu, quarta-feira, em Luanda, o desempenho das empresas que operam no sector, em virtude do país ter arrecadado, no exercício económico de 2023, um total de 31.419.862.877,57 de dólares.

O governante sublinhou que o valor é resultante da exportação de um total de 386.425.650 barris de petróleo bruto, avaliado ao preço médio ponderado de 81,309 dólares por barril.

Sustentou a sua avaliação com o facto de o quarto trimestre de 2023 terminar com a arrecadação de  8.632.537.904,46 de dólares,  num período marcado pela  venda de 103 099 606 barris de Petróleo Bruto a um preço médio de 83,7 dólares.

O secretário de Estado discursava na abertura da cerimónia de Apresentação (outlook) sobre as Exportações de Petróleo Bruto e Gás Referentes a 2023 e do 4º Trimestre, em particular, realizada no auditório do Mirempet, em que representantes das empresas petrolíferas passaram em revista o actual momento da indústria e os desafios para o futuro.

O governante sublinhou o facto de a China ter sido o principal destino das exportações do petróleo bruto angolano, com 52,82 por cento, sem descurar de outros mercados, com destaque para a Espanha, que absorveu 8,02 por cento, a Holanda, 6,63 por cento e a Índia com 6,49 por cento.

“As exportações de gás  realizadas no quarto trimestre de 2023 ficaram acima de um milhão de toneladas métricas, das quais 72,49 por cento de LNG. O volume exportado corresponde a um valor bruto de aproximadamente 650,87 milhões de dólares”, enfatizou José Alexandre Barroso.

O secretário de Estado salientou, ainda, que, apesar das exportações de gás realizadas no trimestre em análise representarem uma diminuição em relação ao trimestre anterior cerca de 16,62 por cento, correspondem a um aumento em cerca de 5,5 por cento em consequência do aumento dos preços do gás no mercado internacional.

“Angola exportou cerca de 4,56 mil toneladas métricas de gás, o que representa um aumento de 6.68 por cento, comparativamente ao ano de 2022, sendo que volume exportado. O destaque recai ao LNG, que representou cerca de 78 por cento, enquanto no ano 2023, o LNG foi exportado maioritariamente para a Índia, o que representa cerca de 54,48% do total do gás exportado”, sustentou. 

Exportações caíram 2,42 por cento

O volume exportado representa uma diminuição de 2,42 por cento em relação ao ano anterior (2022), com o preço médio ponderado a registar um decréscimo de 20,11 por cento comparado com  o exercício homologo, o que representa uma diminuição de 22,04 por cento do valor  resultante do volume exportado.

A informação foi avançada pelo director do Gabinete de Estudos Planeamento e Estatísticas (GEPE)  do Mirempet, Alexandre Garrette, quando apresentava o relatório referente aos resultados do último trimestre, em particular e de 2023, em geral, dando conta de que, de Outubro a Dezembro de 2023 foram arrecadados 8.632.537.904,46 dólares, com a venda de 103 099 606 barris de Petróleo Bruto a um preço médio de 83,7 dólares.

Alexandre Garrette informou, por outro lado,  que o volume acima referido corresponde um aumento de 3,02 por cento em comparação com trimestre anterior (Julho Agosto Setem- bro), e um crescimento de 10,74 por cento em relação ao trimestre homólogo de 2022.

“O preço médio das ramas angolanas observou uma decréscimo de 2,71 por cento face ao terceiro trimestre de 2023, em comparação com o período homólogo de 2022, em que registou uma redução de 4,07 por cento, apesar de um  aumento de 0,23 por cento do valor bruto, comparado com o trimestre anterior (terceiro) e um crescimento na ordem dos 6,25 por cento em relação ao período homólogo em 2022”, revelou.

No quarto trimestre de 2023, de acordo com os dados do Mirempet, os preços das ramas angolanas tiveram uma tendência decrescente, com a média trimestral cifrada em  83,730 dólares por barril, enquanto a média do Brent Datado foi se manteve em 84,337 dólares por barril.

No cômputo geral, em 2023, o preço médio mensal das ramas angolanas atingiu o mínimo de 73,705 dólares por barril no mês de Junho e o máximo de 94,310 dólares por barril em Setembro, o que perfaz uma média anual avaliada em 81,309 dólares por barril. 

Desempenho das empresas

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) liderou a cota de exportações do quarto trimestre de 2023, com um total de 20,79 por cento, seguida da Sonangol, com  20,50 por cento, enquanto, entre as companhias internacionais o destaque foi para a TotalEnergies, com 12,74 por cento, a Eni (9,16), a Esso (8,04), a BP (7,59), SSI (6,34), a Equinor (5,59), e a Cabgoc (5,54).

A ANPG e a Sonangol lideraram ainda o volume de exportação total referente ao ano 2023, com  22,44 por cento e 17,84 por cento, respectivamente, enquanto às companhias internacionais com melhor desempenho foram a TotalEnergies (13,26 por cento), a Esso (8,88), a BP (8,29%), a SSI (7,08), a Eni (6,88), a Cabgoc (6,32) e a Equinor (5,74).

Os principais destinos foram a China (52,82 por cento), a Espanha (8,02 por cento), a Holanda (6,63) e a Índia (6,49). Ao longo dos 12 meses, os principais destinos foram a China (57,10 por cento), a Espanha (7,42 por cento), a Holanda (6,09 por cento) e a Índia(5,84).

Cenário internacional interferiu nos preços

A extensão dos cortes de produção de 1,3 mil barris de petróleo por dia pela Arábia Saudita e da Rússia até ao final de 2023, o agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente (conflito entre Israel e Palestina) e as interrupções de passagem pelo Mar Vermelho, em consequência dos ataques aos navios constam dos principais factores que influenciaram o comportamento dos preços no mercado internacional no 4º trimestre de 2023.

O relatório do Mirempet aponta ainda factores como a diminuição de inflação, das taxas de juros e dos stocks dos Estados Unidos, a intenção da Rússia em cortar as suas exportações de petróleo, bem como a pretensão dos Estados Unidos em adquirir cerca de 1,2 milhões de barris para abastecer a sua Reserva Estratégica de Petróleo.

Em sentido inverso, o aumento da produção dos EUA, aliado ao risco de perturbação do fluxo de produção no Médio Oriente, em consequência da guerra entre Israel e Hamas, as preocupações devido o fraco desempenho económico da Zona Euro, da China, do Japão e dos EUA, o aumento da oferta dos produtores não OPEP, a desaceleração das perspectivas da procura e anúncio do retorno de passagem dos navios pelo Mar vermelho.

As principais armas comercializadas  no quarto trimestre de 2023 foram Mostarda (11,76 por cento), Dália (10,20 por cento), Nemba (9,20), Clov (8,10) e Cabinda (7,32), sendo  que  ao longo do 12 meses de o desempenho  na comercialização foi liderado pelas ramas Mostarda (12,07 por cento), Dália (9,53 por cento), Clov (9,13), Nemba (8,79) e Pazflor (7,10).