Declarações de João Lourenço no Centro Nacional de Vigilância Marítima

O Presidente da República, João Lourenço, falou, esta terça-feira, aos jornalistas no final da inauguração do Centro Nacional e Coordenação de Vigilância Marítima, localizado na Barra do Cuanza, no município de Belas, em Luanda.

TPA – O prometido é devido! Estivemos cá em Julho do ano passado e o Senhor Presidente disse que  voltaria para inaugurar o Centro. Depois da visita que efectuou, com que impressão é que ficou desta primeira fase do Centro? 

PR – Com que impressão é que eu poderia ficar? Há bastante tempo que estamos à espera deste momento, ter este centro concluído e a funcionar. O sentimento é de missão parcialmente cumprida. E eu digo “parcialmente” porque ainda há coisas por se fazer. Estou a referir-me já ao sistema todo, a nível nacional, não apenas e especificamente em relação a este centro da Barra do Cuanza. Precisamos concluir os centros regionais do Lobito e do Namibe, que estão em execução. Embora este centro da Barra do Cuanza seja o principal dos quatro, aqueles dois precisam também de terminar. Tudo vamos fazer no sentido de ficarem concluídos ainda este ano. Daí o facto de ter agora, no fim da visita, reunido com as principais chefias dos Órgãos de Defesa e Segurança, bem como com o ministro de Estado para a Coordenação Económica, por causa da componente financeira.

REDE GIRASSOL – A última vez que o Senhor Presidente esteve cá demonstrou insatisfação com o andamento das obras. Agora que está cá a inaugurar esta “fase emergencial” a minha pergunta é: como é que viu? já se encontra satisfeito ou ainda existem algumas reticências?

PR– Esta pergunta já foi respondida, acho desnecessário repetir. Talvez apenas corrigir e dizer que esta fase não é propriamente uma “fase emergencial” como está sendo chamada, mas é a primeira fase de um projecto. Falta uma segunda fase que não é tão determinante para que o centro entre em funcionamento. Estou a referir-me à construção da parte residencial dos oficiais e praças que vão operar neste centro. Em princípio devem residir aqui. É esta segunda fase. O que terminámos de construir e acaba de ser inaugurado é a primeira fase do projecto e não propriamente uma “fase emergencial”.

TV ZIMBO – Senhor Presidente, com mais esta infra-estrutura inaugurada, como é que está o processo de modernização das Forças Armadas Angolanas, e se os resultados até aqui conseguidos são bastante animadores?

PR – Como é que está o processo? Vai bem. Nós estamos a prestar uma atenção particular à modernização, sobretudo de um dos ramos das Forças Armadas. Estou a referir-me à Marinha  de Guerra onde, nos últimos anos, temos vindo a fazer investimentos importantes, não só em infra-estruturas de terra, como na aquisição de embarcações modernas. Esse esforço vai continuar. Começou com a renovação da Base Naval do Soyo, hoje a inauguração deste Centro Nacional de Coordenação e Vigilância Marítima. A Base Naval de Luanda também está sendo reabilitada e temos em carteira, com a previsão do início de obras para muito para breve, data muito próxima, a construção daquela que passará a ser a maior base naval do nosso país. Portanto, a modernização das nossas Forças Armadas, no geral, mas em particular da Marinha de Guerra, é um facto. E dia após dia, as coisas começam a ficar mais visíveis. Ainda para a Marinha, vamos receber nos próximos meses três aviões de reconhecimento e vigilância marítima da Airbus espanhola. Vamos receber um primeiro em breve, depois os outros dois, eu acredito até ao final do corrente ano. É um sistema integrado que comporta infra-estruturas modernas, embarcações do mar e aviões de reconhecimento marítimo.