Centro de Ciência de Luanda vai elevar a cultura científica dos angolanos

O Presidente da República, João Lourenço, inaugura, hoje, o Centro de Ciência de Luanda (CCL), criado com o propósito de elevar a cultura científica da sociedade, por via da popularização do conhecimento científico e tecnológico.

Localizado na antiga Fábrica de Sabão, no Largo do Baleizão, o Centro de Ciência de Luanda integra várias exposições interactivas, um planetário e um auditório com uma tela gigante para a projecção de filmes e documentários com efeitos especiais.

A infra-estrutura tecnológica, a ser inaugurada hoje, recebeu, até agora, três visitas do Chefe de Estado, que acompanhou minuciosamente todos os passos para a sua concretização, tendo a última sido feita em Maio e de onde saiu satisfeito, depois de receber garantias da abertura este ano.

Após a inauguração, o CCL vai implementar uma fase de promoção das qualidades e do pleno funcionamento. Neste sentido, durante cinco semanas, algumas instituições convidadas vão visitar, gratuitamente, as exposições do Centro de Ciência de Luanda, em grupos de até 30 pessoas.

A recepção dos grupos, previamente convidados e sujeitos a um agendamento, deverá ocorrer durante todo o primeiro mês de 2024. A partir de Fevereiro do próximo ano, o CCL iniciará o regime normal de funcionamento, com acesso às exposições e demais atracções mediante a compra de bilhetes.

Na última visita ao Centro de Ciência de Luanda, o Presidente João Lourenço fez questão de sublinhar que, apesar de estar localizado em Luanda, o mesmo vai servir todo o país. “Vamos entregar esta infra-estrutura aos cidadãos de Luanda e do país, de forma geral”, garantiu.

Sobre o edifício, que terá uma área de 6.000 metros quadrados de exposição, o Presidente da República disse tratar-se de um Centro que vai acabar por ser também de cultura. “A nossa juventude, sobretudo a estudantil, vai ganhar uma instituição de grande valia”, referiu.

Questionado sobre o investimento do Centro, nomeadamente se se justifica tendo em conta a carência de quadros formados nesta área, João Lourenço respondeu afirmativamente, fazendo saber que serão recrutados técnicos nacionais e estrangeiros para o perfeito funcionamento da instituição.

“O conhecimento é transmitido. As pessoas têm formação técnica, académica e em vários níveis (médio e superior), mas precisarão de formação, questão que já mereceu uma análise prévia das entidades competentes”, sossegou João Lourenço.

O Titular do Poder Executivo avançou, também, que a empresa a ser contratada para fazer a gestão do Centro teria entre as responsabilidades, além do funcionamento, a formação de quadros nacionais e que os equipamentos, já adquiridos, serviriam de estudo para os quadros angolanos a serem recrutados.

“Todos os angolanos terão acesso ao Centro, sem discriminação. E, ao nível das escolas, haverá pequenas actividades de excursões para o Centro. Ao nível dos bairros, vai-se fazer um trabalho para se dar a possibilidade, a quem estiver interessado, a ter acesso ao Centro de Ciência”, adiantou.

Na altura, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, esclareceu que o Centro de Divulgação de Ciência não pode ser confundido com uma instituição de Ensino Superior ou uma onde se realizam actividades de investigação científica.

O que vai acontecer no Centro, através da diversão, explicou, é que as pessoas terão a oportunidade de sentir os fenómenos de natureza científica, como por exemplo os princípios da Física, com bolas de sabão, o corpo humano, entre outras experiências.

O Chefe de Estado, sobre este propósito, acrescentou: “Através deste processo divertido, as pessoas vão viver a ciência para aumentar a cultura científica da população, sejam elas crianças, jovens e idosos, sem importar o nível de formação”.

A obra, avaliada em 10 mil milhões de kwanzas, foi iniciada em 2012 e foi construída em duas fases. A primeira arrancou no quadro de uma linha de financiamento, mas surgiram diversos problemas relacionados com a fonte de financiamento, situação que se agravou com a crise económica, levando à suspensão dos trabalhos, de 2014 a 2018.