As Forças Armadas Angolanas (FAA) assinalaram domingo, na 101ª Brigada de Tanques, na comuna da Funda, município de Cacuaco, o acto central de comemoração dos 32 anos do Exército, numa cerimónia que contou com a participação de efectivos dos três ramos das FAA (Exército, Força Aérea Nacional e Marinha de Guerra Angolana), bem como da Polícia Nacional.
O chefe do Estado-Maior General das FAA, general de Aviação Altino dos Santos, lembrou que foi a 17 de Dezembro de 1991 que o país viveu momentos de esperança e exaltação, com a realização da cerimónia solene da tomada de posse das chefias do Estado-Maior do Exército e das Regiões Militares, fruto dos avanços significativos alcançados no processo de pacificação, na sequência dos acordos de Bicesse.
Acrescentou que, em 2007, as Forças Armadas Angolanas iniciaram um processo de reestruturação e reedificação, com a definição de novas estruturas operacionais, construção e reabilitação de quartéis, reparação e recuperação de meios obsoletos, assim como a requalificação de quadros militares no país e no estrangeiro.
No dizer do chefe do Estado-Maior das FAA, a implementação exitosa deste processo foi muitas vezes condicionada por diversos factores, com realce para os efeitos da crise económica e financeira que o mundo vem assistindo e a pandemia da Covid-19.
Apesar disso, acrescentou, os desafios conjunturais, a reorganização das FAA e do Exército, em particular, prosseguiu com a transformação das unidades da componente operacional, como os corpos de Exército e Divisões, além da criação de mais Regiões Militares, procurando tornar o dispositivo de forças e meios mais eficazes.
Altino dos Santos referiu que faz, também, parte deste processo a “substituição geracional”, que se caracteriza pela saída gradual dos antigos militares e entrada dos novos, no quadro da “Lei das carreiras dos militares das Forças Armadas Angolanas”.
Política Regional
O chefe do Estado-Maior das FAA destacou que as Forças Armadas Angolanas têm obrigações nas diversas regiões em que o país está inserido, como a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), dos Grandes Lagos e na União Africana, em que prima pelo diálogo e concertação na resolução de divergências em alguns Estados do continente africano.
Desta forma, sob orientação do Presidente da República de Angola, João Lourenço, se tem desencadeado esforços conjuntos com as congéneres, visando a operacionalização da Força em Estado de Alerta, para intervir na manutenção da paz e de ajuda humanitária.
Salientou que os resultados são frutíferos, na medida em que ajuda a pacificação da Região dos Grandes Lagos e facilita a compreensão de quão importante tem sido o comprometimento do Executivo angolano na resolução pacífica dos conflitos em África e no mundo, bem como na promoção de um ambiente de paz, estabilidade e desenvolvimento.
Outrossim, pela experiência dos efectivos e pela responsabilidade na defesa do espaço terrestre nacional, o Exército tem de continuar a aprimorar a realização de treinos, exercícios e manobras tácticas conjuntas e combinadas, no âmbito da preparação operativa, combativa e educativo-patriótica, para responder, com eficiência e eficácia, aos actuais e futuros desafios da conjuntura interna e internacional.
Por seu turno, o general e comandante do Exército, João Kiteculo, afirmou que a celebração dos 32 anos foi sob o lema: “Exército, 32 anos da defesa do espaço terrestre nacional”, numa altura em que decorre a reestruturação para a adequação à situação decorrente da vida económica, social e militar do mundo, e, em particular de Angola, tornando-se mais moderno face aos desafios do futuro.
João Kiteculo disse, ainda, que o Exército se propõe alcançar os objectivos de reforçar o espírito patriótico, coesão e disciplina, além de elevar bem alto o estandarte nacional e servir, com total obediência, a pátria e a Constituição de Angola.
Apelou ao respeito das instituições do Estado, privadas, partidárias, militares, policiais, religiosas, tradicionais e à continuação da colaboração com a sociedade para o bem-comum: “O Exército vai continuar a cumprir a missão de defesa territorial da nação, em conformidade com a Constituição, a Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas”.
Assim, disse o general Kiteculo, na trajectória histórica, o Exército promoveu heróis e quadros de renome nacional e internacional que dão valor significativo da existência com o contributo de muitos filhos e filhas desta imensa pátria-Angola. “Por eles, estendemos o singelo reconhecimento e agradecimento pelo valioso contributo”, salientou.
Além do chefe do Estado-Maior das FAA, general Altino dos Santos, e do comandante do Exército, general João Kiteculo, estiveram presentes no acto o chefe do Estado-Maior da Força Aérea Nacional, Jorge Dias, o comandante provincial da Polícia Nacional, comissário Francisco Ribas da Silva, generais na reforma, generais, almirantes, autoridades religiosas, oficiais superiores, administradores adjuntos de Cacuaco para a Área de Infra-Estruturas, administradora comunal da Funda e trabalhadores civis das FAA.