Forças Armadas Angolanas licenciam à reforma 682 militares em Cabinda e na Região Centro

O Comando da Região Militar Cabinda passou para a reforma 130 efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), por limite de idade e 241 praças à reserva por término de serviço militar obrigatório, foi anunciado pelo comandante da província e general Tukikebi Tussen dos Santos.

Ao falar, segunda-feira, na cerimónia oficial, o comandante destacou a bravura demonstrada pelos recém-reformados e dos que passaram à reserva.

Tukikebi dos Santos salientou que a sua reforma resultou do cumprimento da ordem de serviço do chefe do Estado-Maior General que orienta o licenciamento do pessoal de serviço militar activo à reforma por limite de idade, bem como da outra do comandante do Exército à reserva por término do cumprimento de missão.

“Não vêem a reforma como o fim de tudo, mas o começo de uma nova vida, usando os vossos conhecimentos e experiências adquiridas durante anos para a formação das novas gerações”, tranquilizou, acrescentando que a reforma por limite de idade ou tempo de serviço activo é o reconhecimento dos que “deram o melhor si, de forma indelével, em prol à defesa do país”.

“Se tivermos que descrever os feitos de bravura, heroísmo, espírito de corpo e de missão prestados durante o serviço militar no activo, seria extenso enumerar as vossas qualidades e responsabilidades, pois cumpriram a tarefa com lealdade e profissionalismo”, reconheceu.

Todos os militares nesta condição de reformados e na reserva foram homenageados com certificados de reconhecimento pela bravura e dedicação demonstradas durante o tempo no activo.

 
Licenciamento à reserva na Região Militar Centro

O comandante da Região Militar Centro, que compreende as províncias do Huambo, Bié, Benguela e Cuanza-Sul, considerou, segunda-feira,  as Forças Armadas Angolanas “uma grande escola da vida e constitui a reserva moral da Nação”.

O tenente-general Paulo Silva Xavier (Passix), que falava no Huambo, durante o acto de homenagem dos 311 oficiais e sargentos da Região Militar Centro licenciados à reforma, disse que as FAA vão continuar a fazer dos militares reformados uma fonte inesgotável de resgate dos valores para contribuir na concretização do processo da moralização da sociedade.

O oficial general considerou a passagem à reforma como um dos imperativos legais incontornáveis para a consolidação e redimensionamento das Forças Armadas Angolanas, na medida em que permite o rejuvenescimento paulatino do efectivo, além de o processo da humanidade só se tornar possível com o envolvimento das sucessões de gerações.

Segundo a alta patente, a reforma não deve ser encarada como sinónimo de incapacidade, devendo ser observada como maneira de melhor desfrutar, junto da família e amigos, momentos de sossego e repouso, à busca de outras formas de servir a pátria. 

O responsável disse que o legado inapagável destes reformados consiste no patriotismo, coragem, bravura e determinação que demonstraram ao longo dos anos de serviço e este exemplo deve servir de inspiração aos demais militares.

“A pátria nunca esquecerá a vossa contribuição na luta pela conquista da Independência Nacional e da paz que, hoje, constitui o orgulho de todos os angolanos”, sublinhou, considerando ser momento de muita emoção despedir-se dos companheiros de trincheiras, bunkers, restaurantes e outros locais.

Por sua vez, o coronel Artur Salua, de 62 anos, 44 dos quais dedicados ao cumprimento do serviço militar obrigatório, revelou que terminava as actividades militares com a cabeça erguida, satisfação e sentimento do dever cumprido.

O oficial superior reformado das FAA apela à nova geração de militares no sentido de cumprir com zelo as missões orientadas e os princípios do regulamento do serviço castrense obrigatório, depois de citar “vários momentos difíceis vividos no cumprimento da defesa da pátria nos vários pontos do país”.

Apesar de se encontrar na condição de reservista, Artur Salua mostrou-se disponível para prestar novamente o serviço de defesa do país, caso haja uma ameaça. “Depois de longos anos a servir a pátria, inicia-se uma nova etapa, em que o maior desafio será de dar a contribuição noutras esferas da vida, para continuar a engrandecer o país, com base na lealdade à pátria”, disse.