Nações Unidas destacam papel de Angola nas operações de paz

O subsecretário-geral das Nações Unidas para as Operações de Paz, Jean Pierre Lacroix, destacou o papel de Angola nas operações de manutenção de paz daquela organização intercontinental, tendo realçado o envolvimento do país na estabilização do Leste da República Democrática do Congo (RDC).

Jean Pierre Lacroix reconheceu o empenho de Angola nessas acções durante uma entrevista ao Podcast da ONU News, agência oficial de notícias das Nações Unidas. Na entrevista, concedida quarta-feira, Lacroix sublinhou que os países de língua portuguesa, de uma maneira geral, dispõem de potencial para aumentar, ainda mais, a participação nas forças das Nações Unidas, sublinhando que os mesmos têm potencial para impulsionar as forças de paz da organização.

Durante a visita de trabalho a Angola, em Maio deste ano, para avaliar com as autoridades angolanas aspectos relacionados com a paz e segurança na Região dos Grandes Lagos, o subsecretário-geral das Nações Unidas para as Operações de Paz considerou o Roteiro de Luanda um documento importante para a resolução da crise reinante no Leste da RDC, considerando que se trata de um “apoio valioso” para a resolução daquele problema.

Ao falar à imprensa angolana, no final da audiência com o Presidente João Lourenço, Jean-Pierre Lacroix disse ser fundamental avançar com a implementação do Roteiro de Luanda, a fim de se alcançar a paz naquela região da RDC. “O documento é um apoio brutal para pôr fim à crise na RDC”, destacou o diplomata da ONU.

Aprovado na capital angolana, no dia 6 de Julho de 2022, durante a Cimeira Tripartida da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), entre Angola, RDC e Rwanda, o Roteiro de Luanda aponta os caminhos para a pacificação no Leste da RDC. Entre os vários pontos constantes neste documento, assinado pelos Presidentes Paul Kagame, do Rwanda,  Félix Tshisekedi, da RDC, e João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da CIRGL e mandatário da União Africana, destacam-se a instauração de um clima de confiança entre os Estados da Região dos Grandes Lagos, a criação de condições ideais de diálogo e concertação política, com vista à resolução da crise de segurança no Leste da RDC, a normalização das relações políticas e diplomáticas entre a RDC e o Rwanda e a cessação imediata das hostilidades.

Constam, igualmente, do Roteiro de Luanda a criação de um Mecanismo de Observação Ad-Hoc, liderado por um general angolano, para acompanhar o cumprimento dos acordos, a retirada imediata das posições ocupadas pelo M23 no território congolês, em conformidade com o comunicado final de Nairobi.