O Presidente da República, João Lourenço, é aguardado hoje na província de Malanje, onde se vai reunir com as autoridades locais e visitar empreendimentos sociais, com maior incidência para o sector produtivo no município de Cacuso.

De acordo com o governador de Malanje, Marcos Alexandre Nhunga, o Presidente da República, que permanece dois dias na província, vai também visitar o hospital regional, nomeadamente a área onde vai ser criado o Banco de Urgência, assim como a Feira Agrícola.

“Na visita, o Presidente da República vai dar ênfase ao sector produtivo, para constatar, exactamente, o que acontece no campo e o que se está a fazer”, frisou Marcos Nhunga, destacando que Malanje tem grande potencial, não apenas no campo agro-industrial, mas também no turístico e mineiro.

O governante disse que desde a última visita de João Lourenço a Malanje, será apresentada uma província diferente, pois a administração local tem estado a trabalhar com o apoio do Governo Central.

Marcos Nhunga referiu que Malanje deu saltos positivos durante os últimos meses, pelo que “está uma cidade muito melhor, uma província mais iluminada e mais limpa”, acrescentando também que a província tem mais água potável, principalmente ao nível da sede municipal.

O governador salientou que estão a trabalhar no sentido de colocar Postos de Transformação (PT’s) de energia a nível dos bairros, para melhorar a energia e a água.

Para o governador, a visita do Presidente da República a Malanje representa uma oportunidade para que se possam  apresentar as preocupações, constrangimentos e sugestões sobre o que aflige as populações. “O povo de Malanje está ansioso e expectante com a vinda do Presidente da República”, disse.

Marcos Nhunga informou ainda que da agenda da reunião com os membros do Governo da Província constam os problemas básicos de Educação, Saúde, Energia, Água, Habitação, Infra-estruturas e Vias Rodoviárias, este último um ponto que já começou a ser solucionado, com a autorização dada pelo Presidente da República para o problema das estradas que ligam a sede provincial com os municípios, incluindo a reciclagem das vias, num total de 400 quilómetros.

“Apesar da época de chuva, o Ministério das Obras Públicas já começou a trabalhar. E numa primeira fase vai fazer 250 quilómetros e na segunda irá concluir os 150 que faltarem”, explicou o governador, afirmando que também é preocupação do Chefe de Estado e já está a ser solucionado a questão da energia e água para aqueles municípios onde há falta, com destaque para os municípios do Quela e Marimba.

Apesar dos avanços no âmbito do Plano Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM), com a construção de centros de saúde, a província ainda se depara com algumas dificuldades, segundo o governador, pelo facto de não poder inaugurá-los, por falta de equipamentos e pessoal técnico.

“Estamos a trabalhar neste sentido, mas a nossa maior preocupação está centrada no actual hospital regional, que não possui um banco de urgência, refeitório e tem um laboratório que não corresponde à demanda do hospital. Precisamos fazer uma intervenção e ao mesmo tempo criar um sistema emergencial para acudir às enchentes no hospital”, frisou.

Marcos Nhunga anunciou que em 2024 a província poderá contar com um novo hospital, um projecto da chancela do Executivo. Adiantou também que estão a ser criadas as condições para cumprir com uma promessa eleitoral que é a construção da centralidade.

 Agro-indústria e Turismo

Malanje é uma província com um potencial agro-industrial muito forte, de acordo com o governador, para quem a região comporta mais de 13 empresas do sector, além da agricultura familiar que está muito engajada, sobretudo na produção de mandioca, feijão e amendoim. Ainda assim, disse, a província precisa de mais do apoio do Ministério da Agricultura, no que diz respeito ao incentivo e apoio à agricultura familiar, com cedência de sementes e apoio aos empresários.

Marcos Nhunga disse que existe um programa específico para o incentivo à produção de arroz, mandioca e que já existe um programa comparticipado pelo Governo da província através do Programa de Combate à Pobreza e o Ministério da Agricultura, para aumentar as áreas de produção.

Sobre o sector Empresarial, adiantou que este precisa de apoio, destacando a Biocom, Mar Siris e a Unicanga, como empresas que, se tiverem facilidade no crédito, facilmente vão desenvolver e ajudar a província a garantir a segurança alimentar da população.

Sobre o Turismo na província, o governador defende a parceria público-privada para que se faça turismo de forma séria, porque há falta de infra-estruturas, estradas para se visitar as maravilhas naturais da província.

 Educação

Sobre o sector da Educação, o governador fez saber que tem estado a dar alguns passos. A nível do PIIM foram erguidas 235 salas de aula, que aguardam pelo apetrechamento, o que vai facilitar o enquadramento de mais de 20 mil alunos neste ano lectivo.

Marcos Nhunga acrescentou que há falta de um aspecto importante nas áreas de Educação e Saúde, relacionado com o alojamento para professores e técnicos de saúde. “É difícil mantermos os professores e técnicos de saúde no interior dos municípios devido aos constrangimentos encontrados no alojamento e condições de trabalho”, disse.