Histórico: Três selecções africanas nos oitavos do Mundial de Futebol Feminino

Pela primeira vez, na história do Mundial de Futebol Feminino, três selecções africanas garantiram a passagem aos oitavos-de-final. A consumação do facto deu-se, esta quinta-feira, com a vitória de Marrocos contra a Colômbia, por 1-0.

O continente africano e a diáspora representados no torneio pela Nigéria, inserida no grupo B, pela Zâmbia, no grupo C, pela África do Sul, no grupo G, e pelo Reino de Marrocos, no grupo H aguardavam com expectativa a prestação das selecções. 

Zâmbia: 
A Zâmbia mostrou-se com um futebol irreconhecível, distante daquele que brindou aos adeptos, no amigável, de dia 7 de Julho, frente à Alemanha, no qual operou uma reviravolta, para sair vitoriosa, por 3-2, antes do início da prova. 

Contudo, os índices anímicos, em alta, foram rapidamente envolvidos por uma “nuvem escura” com o surgimento de uma denúncia anónima que dava conta do alegado abuso sexual do seleccionador zambiano, Bruce Mwape, contra as suas pupilas, numa matéria divulgada pelo Jornal The Guardian, no dia 10 de Julho. 

Apesar de chegarem a Hamilton, na Nova Zelândia, com perspectivas de se focar no terreno de jogo sofreram uma goleada, por 0-5, diante do Japão e de seguida em Auckland tiveram pela frente, uma das candidatas ao título, a Espanha, que igualmente aplicou chapa 5, deitando por terra qualquer aspirações que a formação do país vizinho tivesse. No último encontro, com a honra em disputa, as zambianas despediram-se com um triunfo, por 3-1 sobre a Costa Rica. 


Nigéria: 
As nigerianas foram as primeiras a certificar-se que estariam nos oitavos, um nulo com o Canadá, uma vitória bem conseguida diante de uma das selecções da casa, a Austrália, por 3-2, com um golo de uma das melhores jogadoras do mundo, Asisat Oshoala, e outro nulo com a Irlanda, definiu a qualificação desejada. 

África do Sul:
Guiadas pela a única seleccionadora negra em prova, a melhor treinadora de África e o rosto da revolução do futebol feminino sul-africano, Desiree Ellis, as Banyana Banyana como são conhecidas as suas pupilas apresentam um estilo de jogo alegre e vibrante com uma disposição flexível e móvel das peças. Kgatlana e Magaia fazem as delícias dos adeptos. 

A Suécia que partia como favorita a ficar em primeiro bateu as campeãs do continente pela margem mínima, 2-1, no Sky Stadium, em Wellington, seguiu-se um empate a 2-2 com a Argentina, e o triunfo que levou a África do Sul aos oitavos, diante da Itália por 3-2, com a ex-Benfica, Thembi Kgatlana a selar a contenda aos 90+2 com toda a frieza. 

Marrocos:
Para quem tem estado atento ao desenvolvimento do futebol masculino no Reino de Marrocos, onde ano após ano Wydad Casablanca produz resultados ou está na lide do futebol africano, então também não é de espantar, quando se vêem esses resultados evidenciados na selecção do magrebe no Qatar, em que alcançaram o quarto lugar. Nesse mesmo sentido, as marroquinas também têm evoluído, o que se traduz naturalmente na chegada à final do último Campeonato Africano de Futebol Feminino, em que perderam diante do já referido conjunto sul-africano, por 1-2. 

Porém, desta vez, se quisessem ir longe no Mundial seria preciso obterem resultados positivos com a Colômbia, que tem jogadoras tecnicamente bastante evoluídas, incluindo a “prodigiosa” Linda Caicedo, ou com a poderosa Alemanha, vice-campeã europeia, que perdeu 1-2 contra a Inglaterra na final do Euro 2022 , sem esquecer a Coreia do Sul. 

Frente às germânicas não tiveram qualquer hipótese foram totalmente cilindradas, por 0-6, no entanto não baixaram os braços e arrecadaram três pontos preciosos ante a Coreia, por 1-0. Do outro lado, a Colômbia que também derrotou a Coreia, por 2-0, conseguiu um triunfo inesperado em cima do minuto 90+7 superando o favoritismo alemão. 

Marrocos se ganhasse à formação sul-americana sabia que podia passar, dependendo do resultado que saísse do outro embate entre sul-coreanas e a gigante europeia, e fez o seu papel vencendo, por 1-0, as colombianas, com golo de Lahmari, depois disso foi esperar pacientemente o desfecho da partida que terminou empatada 1-1 e atirou para fora do torneio a Alemanha, que falha os oitavos pela primeira vez na história, e que se junta ao Brasil como duas das grandes desilusões da competição. 

Calendário dos Oitavos-de-Final: 
África do Sul terá pela frente os Países Baixos, dia 5 de Agosto (sábado).
Nigéria mede forças com a Inglaterra, dia 7 de Agosto (segunda-feira).
Marrocos joga com a França, dia 8 de Agosto (terça-feira).

Emparelhamento:
O vencedor do África do Sul x Países Baixos enfrenta Suíça/Espanha
O vencedor do Nigéria x Inglaterra joga com Colômbia/Jamaica 
O vencedor de Marrocos x França mede forças com Austrália/Dinamarca.