SADC: Analista espera maior impulso com presidência angolana

O analista político Osvaldo Mboco espera que a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) ganhe maior impulso, com a presidência angolana na organização que deverá ocorrer durante a 43ª cimeira da cúpula regional.

A capital angolana vai acolher, de 7 a 17 no mês curso, a 43ª Cimeira de Chefes de Estados e de Governos da SADC, durante a qual Angola assumirá a presidência rotativa da organização.

Em declarações à ANGOP, na antevisão da 43ª cimeira da SADC, Osvaldo Mboco considerou importante que o país impulsione, igualmente, a estabilidade, paz na região e o processo integrativo, com o foco na Zona de Comércio Livre.

Osvaldo Mboco, entretanto, entende haver alguns desafios de continuidade do trabalho desenvolvido pelo país na liderança da Conferência sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).

No quadro da SADC, o analista político apontou a pacificação do leste da República Democrática do Congo (RDC) e da região moçambicana de Cabo Delgado.

O também docente universitário, considerou fundamental que os Estados membros da SADC busquem nos próximos dois anos caminhos e soluções para intensificar o processo de industrialização e as trocas comerciais dentro da comunidade.

O analista defende o surgimento de infra-estruturas que promovam o comércio, bem como projectos que visam o empoderamento da mulher e dos jovens.

Para si, Angola tem responsabilidades acrescidas no processo de dinamização dos dossiers da SADC, tendo adiantado ser uma oportunidade do país mostrar, mais uma vez, a sua capacidade diplomática.

De igual modo, será o momento de influenciar outros Estados-membros a apostarem no Corredor do Lobito.

O Corredor Ferroviário do Lobito estende-se, em Angola, por quase 1.300 quilómetros passando pelas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, e continua depois por 400 quilómetros na República Democrática do Congo até Kolwezi, o coração do Copperbelt, na Zâmbia.

Com a presidência angolana na SADC, prosseguiu o interlocutor, João Lourenço passará a ter uma plataforma de concertação política maior, incluindo a Região dos Grandes Lagos, no quadro das acções de pacificação em África.

Segundo o analista político, a RDC, pela aproximação geográfica e a partilha de uma fronteira de mais 2500 quilómetros, não é apenas uma zona de influência.

É “um espaço vital para qualquer alteração do ponto de vista de segurança, político e económico, razão pela qual exige uma atenção especial dos Estados-membros da SADC”, expressou o analista.

A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) é uma organização inter-governamental criada em 1992 e dedicada à cooperação e integração socio-económica, bem como à cooperação em matérias de política e segurança.

Integram a organização Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Eswatini, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

A organização tem entre os seus objectivos a promoção do crescimento e desenvolvimento económico, a redução da pobreza, a paz e a segurança, o desenvolvimento sustentável, a consolidação das afinidades culturais, históricas e sociais.