Angola corta a importação de combustíveis em 21%

Angola empregou, no 2º trimestre de 2023, cerca de 549 milhões de dólares na importação de 704,7 milhões de toneladas métricas de combustíveis para comercialização, menos 21 por cento que no período homólogo de 2022, declarou, ontem, em Luanda, o director-geral do Instituto Regulador de Derivados de Petróleo (IRDP).

Luís Alves Fernandes, que falava na apresentação do balanço do sector o período de Abril a Junho, disse que o volume importado representa cerca de 68 por cento do total de combustível consumido, que foi de  1,036 milhões de toneladas métricas, com as restantes quantidades adquiridas a repartirem-se entre a Refinaria de Luanda (31 por cento) e Cabgog-Topping de Cabinda(1,00 por cento).

O volume de vendas globais dos vários segmentos de negócios para o consumidor final e para as indústrias nacionais foi de aproximadamente 1,17 milhões de toneladas métricas, um crescimento de 7,00 por cento em relação ao trimestre anterior.

Em termos de  quota de mercado em volume de vendas, a Sonangol Distribuidora e Comercialização mantém a liderança, com 63,5 por cento, seguida da Pumangol, Sonangalp e TotalEnergies com 20,9; 7,9 e  7,7 por cento, respectivamente.

Estatal Sonangol

No período em referência, a Sonangol E.P registou uma produção total de refinados de 53,532 mil toneladas métricas, das quais 67 por cento foram destinados ao consumo interno e 37 por cento à exportação, segundo o representante da estatal Sonangol, João Cusomba.

De acordo com os dados apresentados, durante o 2º trimestre de 2023, a Sonangol adquiriu, para refinação e petroquímica, um total de  4,3 milhões de barris de petróleo, para processamento de quatro milhões de barris, uma  redução de 21 por cento em relação ao período anterior.

A quantidade de barris de petróleo adquirida naquele trimestre resultou num volume de negócios de 293, 8 milhões de dólares, representando uma  redução de 35 por cento comparativamente ao período homólogo de 2022.

De acordo com os dados,  a Sonangol comercializou um milhão de toneladas métricas de combustíveis, betume e lubrificantes, um acréscimo de 2,00 por cento face ao  período homólogo.

Perspectivas animadoras

João Cusomba, anunciou que está programada a inauguração, ainda em Dezembro deste ano,  da Refinaria de Cabinda, vocacionada à produção de derivados de petróleo.

Dados disponíveis apontam para que a implementação da primeira fase de construção da Refinaria de Cabinda prevê, entre outros, a edificação de uma unidade de destilação de petróleo bruto com capacidade para 30 mil barris por dia.

A referida unidade tem a especificidade de não queimar gás, sendo uma das primeiras em África com essa característica.

Entre a construção, montagem e operacionalização da Refinaria vão ser criados 1.500 postos de trabalho, sendo a maior parte destinados à população local.

Continuam em construção a Refinaria do Soyo, com um progresso de 98 por cento, e a Refinaria do Lobito com um progresso físico de 15 por cento.

47 municípios sem postos de abastecimento

Segundo dados do IRDP, o país conta com um total de 872 postos de abastecimento em estado operacional, em 117 dos 164 municípios do  país, registando-se a ausência de postos, sobretudo, em municípios de províncias das regiões Leste, Nordeste e  Sudeste do país.

Dos postos de abastecimento em estado operacional, a Sonangol Distribuição e Comercialização detém 320 (37 por cento), 79 da Pumangol (9,00), 59 da Sonangalp (6,00), 51 da TEMA-Total Marketing Angola (5,00) e 366 de bandeira branca (não filiados a grandes marcas), que representam uma quota de mercado de 42 por cento

Na ocasião, Luís Fernandes garantiu que as empresas do ramo estão todas focadas em fazer investimentos adicionais para a criação de novos postos de abastecimento, ainda este ano, em alguns dos 47 municípios sem postos.