Corredor do Lobito sedimenta posição de Benguela como principal centro logístico

O governador de Benguela, Luís Nunes, afirmou, segunda-feira, que o Corredor do Lobito sedimenta a posição estratégica da província, transformando-a no principal centro logístico do país.

Para Luís Nunes, o Corredor do Lobito está cada vez mais a sedimentar a posição estratégica da rede de comunicação que liga Angola ao exterior do país, constituindo-se numa plataforma estrutural de elevado potencial de desenvolvimento e de prosperidade da região.

Reconheceu que o binómio Porto do Lobito/Caminho-de-Ferro de Benguela, que faz parte de uma rede transcontinental, possibilita o fácil acesso ao exterior dos produtos provenientes das províncias vizinhas e das zonas mais interiores da província, ao mesmo tempo que cria um mercado para o intercâmbio de produtos e a circulação de pessoas e bens.

Segundo Luís Nunes, a província de Benguela é o maior centro logístico do país e as novas valências que estão a ser criadas constituem uma mais-valia, porque dão mais emprego para uma economia mais estável.

Afirmou que ao se testemunhar mais um novo passo para dinamizar o Corredor do Lobito, vai elevar, também, a capacidade agrícola, desenvolvimento pecuário, forte produtor de bens diversos, principalmente, nos sectores agrícolas, pescado, sal, facto que alavancará a economia da província.

“E muito mais, sendo, principalmente, os dois países vizinhos, Zâmbia e RDC, como principais e maiores compradores da grande parte dos produtos que são produzidos em Benguela. Com o ganho, vai-se ter muitas vantagens”, destacou. Apelou à classe empresarial nacional que está na hora de investir na província de Benguela. Para Luís Nunes, Benguela tem tudo para dar certo, sobretudo, com as pessoas mais interessadas em resolver os problemas, por ter “um povo afável, trabalhador e humilde”. 

Dinamização exige outras valências

A dinamização do Corredor do Lobito deve estar alinhada com outras valências, nos domínios das Vias de Comunicação, Saúde, Educação, Agricultura, Energia Eléctrica, conforme a preocupação do Executivo, com vista a proporcionar o bem-estar das populações.

Luís Nunes destacou as obras das infra-estruturas integradas e emergenciais como exemplos vivos, que vão mudar as cidades do Lobito e de Benguela para melhor, a nível de estradas, iluminação pública, saneamento, zonas verdes, arborização, entre outras, uma combinação perfeita com o potencial do Corredor do Lobito.

“São obras que estão a ser feitas para durar muito tempo. A maior parte delas estão feitas com betão armado, porque o nível freático de Benguela, no seu todo, está quase à superfície e nós queremos fazer obras para durar e evitar que os investimentos sejam feitos em obras que duram pouco tempo”, disse.

Para além disso, esclareceu, o Governo está a investir na reposição da capacidade da Estação de Tratamento e Distribuição de Água do Luhongo, município da Catumbela. Referiu que se está a trabalhar, também, para duplicar as águas do Chilulu, a resolver o problema das valas de drenagem do Lobito, Catumbela e Benguela. “Eu estou convencido de que, dentro de dois ou três anos, vamos ter Benguela e um Lobito completamente diferentes, onde os benguelenses se vão orgulhar de ser desta terra”, prometeu.

Luís Nunes anunciou, para os próximos dias, o lançamento da obra de construção da circular de Benguela, para se tirar os carros pesados dos centros das grandes cidades. A circular, referiu, parte do Lobito em direcção ao Lubango (Huíla).

Outros projectos de vulto

O governador de Benguela, Luís Nunes, disse que, com vista à melhoria da vida das populações, a província está a executar, para este ano (2023), uma carteira de 173 projectos, divididos por vários sectores. Acrescentou que do total, mais de 77 projectos já estão concluídos.

Indicou que o sector da Educação tem 31 por cento e prevê-se mais com a construção de 50 escolas, num universo de 700 salas de aula, para 35 mil alunos beneficiários. A saúde, referiu, tem 17 por cento da carteira em execução e serão construídos 14 postos de saúde, 10 centros médicos e 2 hospitais municipais. Outra atenção, salientou, está a ser dada às vias de acesso, onde já foram asfaltados 36 quilómetros.

Salientou que existem acções no sector das Águas. O projecto contempla mais de 80 sistemas de abastecimento de água, além da segurança pública, com um total de 6 postos, três esquadras policiais e um comando municipal a completar.

Para o sector da Energia e Águas, apontou, há uma atenção especial para se  intervir na rede de iluminação pública, reabilitação e ampliação de centrais térmicas e aquisição de geradores, entre outras.

O governador provincial de Benguela explicou que algumas obras de 2022 passaram para o corrente ano. Acrescentou que no sector da Educação já foram inauguradas 17 escolas, com mais de 115 construídas e mais de 8 mil alunos beneficiados.

Na Saúde, realçou, já se inaugurou, também, um hospital municipal, 8 postos de saúde e dois centros de saúde. “Em termos de infra-estruturas sociais, inaugurou-se a Marginal da Praia Morena, a oficina de artesanato também na Praia Morena e o Centro Cultural da Baía Farta.

Vias de comunicação

Já nas vias  de comunicação, o governador salientou a asfaltagem de 9 quilómetros de estrada, a reabilitação de 115 quilómetros em terra batida, com um grau de execução física de 58 por cento e a financeira a rondar  os 48 por cento. Nas obras estão incluídas acções do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

“Durante estes dois anos, após assumir a liderança de Benguela, fomos atrás de vários projectos e pedimos ao Presidente da República a autorização para a execução, como é o caso da asfaltagem dos centros e vilas capitais da província (Ganda, Cubal, Balombo e Caimbambo), onde maior parte delas já está concluída e outras ficam concluídas até Agosto próximo”, assegurou.

Explicou que, além dos projectos citados, há, também, os de âmbito central, mas  que “nesta altura estamos a querer puxar para a nossa responsabilidade”. Exemplificou a Estação de Tratamento de Águas (ETA) do Bocoio, com um nível de construção civil aceitável, faltando, praticamente, apenas  o apetrechamento.

Salientou o caso da escola de 12 salas de aula, no município do Chongoroi, e outra de 24 salas, no bairro do Compão, no Lobito. “As obras são da responsabilidade do Ministério da Educação e estamos a puxar as duas escolas para nossa responsabilidade e estão paradas há, sensivelmente, cinco anos ou mais”, observou.

Luís Nunes anunciou que, além dos projectos em curso, para o quinquénio 2023/2027, o Governo Provincial de Benguela tem à volta de 600 projectos novos a propor, dando maior cuidado e atenção ao sector da Educação e Saúde.

Para o próximo quinquénio, 35 por cento das acções a serem realizadas estão consubstanciadas na Educação, onde se vai construir e apetrechar mais de 178 escolas novas, 3 mil salas de aula e beneficiar acima de 218 mil crianças.

Luís Nunes informou que, actualmente, a nível do sector da Educação, mais de 300 mil crianças estão a ter aulas em salas impróprias e há engajamento do Governo para inverter rapidamente o actual quadro.