Ministro destaca necessidade de criação para breve da Academia de Cibersegurança

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, realçou, segunda-feira, em Luanda, as razões para a criação, em breve, de uma Academia de Cibersegurança no país, explicando que este passo faz parte do ecossistema para maior operacionalidade das novas tecnologias.

Falando na apresentação do painel sobre “Conectividade e Modernização Tecnológica”, no Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola (ANGOTIC), o ministro frisou que, para a segurança cibernética, existe uma Agência de Protecção de Dados e funciona com ferramentas legais no sentido de permitir o controlo para que se tenha um espaço seguro.

“A Academia vem exactamente na busca de elementos para uma formação aos jovens, para que sejam úteis para as empresas, à economia e um ecossistema que assegura e garante aos investidores maior confiança nos serviços que as empresas apresentam à sociedade”, prosseguiu.

Mário Oliveira assegurou que é uma preocupação global em relação às medidas que o Executivo tem estado a adoptar para a protecção dos dados pessoais. Lembrou a importância de acompanhar a carruagem do progresso.

“Com o conceito bem digitalizado no país, podemos considerar um país que caminha a passos largos para a digitalização, tendo em conta os investimentos realizados pelo Executivo, com a aquisição da Fibra Óptica”, referiu.

O ministro frisou que o país se encontra no bom caminho para a digitalização: “Se olharmos para a banca, por exemplo, hoje, temos serviços digitais muito robustos, muitos de nós temos acesso ao Smartphone, temos acesso às aplicações. Nos mais variados bancos existem ferramentas muito poderosas que têm dado apoio à agricultura”.

Nos últimos 25 anos, acrescentou o governante, o Estado trabalhou para a construção da maior fibra óptica, a expansão da rede de telefonia móvel, a modernização dos serviços administrativos e fez com que o teletrabalho surgisse com muita força, além do suporte à Medicina e à Educação à distância.

“Surgem mais meios para que tenhamos rapidamente esses projectos desenvolvidos num bom caminho, com destaque ao sector privado, através dos operadores de telecomunicações que têm acompanhado os grandes projectos do Governo”, apontou o ministro.

Informou que os projectos anunciados e outros em preparação têm em vista o alcance deste grande objectivo. “Como podemos imaginar, é uma acção que não termina hoje, nem amanhã. É uma acção contínua, própria para o desenvolvimento que o país vai ganhando ao longo dos tempos, associado à formação dos jovens ainda no ensino de base”, disse. Reforçou que o Estado tem a missão de criar bases para o desenvolvimento.

Angola caminha para a digitalização

“Angola caminha para a sua digitalização de forma a que possa acompanhar o progresso e o objectivo primário é o bem-estar dos angolanos e a criação de emprego na indústria, agricultura, sem esquecer o ramo das tecnologias”, sublinhou.

Mário Oliveira reiterou que a maioria das empresas líderes do mercado é de digitais.

Sobre os custos do acesso aos serviços de telecomunicações e tecnologias de informação, o ministro fez saber que as estratégias do Governo estão direccionadas para garantir a inclusão digital e aumentar o uso das TIC nas zonas mais remotas do país.

De acordo com o governante, as estratégias têm estado a ser desenvolvidas paulatinamente como foi visto na inauguração do Angola Online e o Angola Digital, recordando mais projectos de comunicação, tal como a inauguração, ontem, a partir da comuna de Belo Horizonte, província do Bié, da iniciativa Conecta Angola.

Referiu que no país existem mais de 100 pontos de acesso à Internet, além de um número superior a 50 salas de aula com Internet espalhadas por todo o território nacional. Segundo o ministro, tudo isso é o resultado dos investimentos feitos pelo Executivo, através do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.

  Zâmbia partilha experiência

O ministro da Ciência e Tecnologia da República da Zâmbia, Félix Mutati, assegurou no ANGOTIC 2023 que o seu Governo está a trabalhar para a conexão com os vários países fronteiriços.

Disse haver investimentos em centros de dados, com o objectivo de criar as melhores oportunidades e eficácia aos jovens que desenvolvem startups, sobretudo, de empresas emergentes.

“Estamos a investir nas infra-estruturas e este mês vamos conectar cerca de 1.300 escolas do país, para podermos ter maior controlo dos nossos serviços”, referiu o ministro da Ciência e Tecnologia da Zâmbia.

Félix Mutari informou que a Zâmbia distribuiu licenças para a implementação do sistema de Internet nas zonas rurais, de modo a corresponder aos três mil bytes para o acesso do cidadão à ciência.

Questionado sobre a taxa de sucesso na Zâmbia, o ministro afirmou que no ano passado atingiu os 34 por cento, o que provocou a elevação do empreendedorismo para a inovação.

Sobre a regulamentação das startups, Félix Mutari considerou necessária, para inibir as más práticas.

Explicou que o Ministério recebeu mais de mil ideias para a criação de startups. “Precisamos de mais investimentos para podermos cobrir este fenómeno”, reconheceu Mutati.

  Namíbia sem restrições com startups

Por seu turno, a vice-ministra das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Namíbia, Emma Theofelus, referiu que o seu país não tem uma lei que restringe o funcionamento ou ainda a criação das startups. “Apenas existe uma lei para os investimentos que impulsiona as startups”, disse a governante no ANGOTIC 2023.

“A questão aqui é olharmos para o potencial dos jovens. Nós oferecemos equipamentos para os jovens se tornarem mais potentes com a ciência e também financiamentos, de modo a criarmos mais oportunidades para eles”, reforçou.

Emma Theofelus disse ser importante a criação de uma plataforma de conectividade para contribuir em África e não só na região Austral.

Histórico

O Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola (ANGOTIC) é um evento global de tecnologias de informação e comunicação, realizado e promovido pelo Governo angolano, através do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social que, além de outras, visa promover o debate em torno de temas actuais, globais e futuros das TIC.

Também visa promover a partilha de conhecimentos, facilitar o networking para entidades governamentais, expositores, especialistas, apresentar as inovações, bem como as tendências do sector. É um fórum com exposição global das novas tecnologias de informação e comunicação, que se realiza com o objectivo de ajudar a acelerar a transformação digital empresarial de Angola e África.

A criação do Mercado Único Digital e a promoção da comunidade tecnológica internacional estão entre os principais objectivos da iniciativa, que pretende atrair especialistas em tecnologia e líderes empresariais.

Considerado o maior encontro sobre o digital no país, o fórum vai se tornando uma referência em África, especialmente na realização de negócios entre os provedores de serviços móveis emergentes.