Cidadãos angolanos evacuados do Sudão já no país

Luanda – Dez cidadãos angolanos que se encontravam a estudar no Sudão regressaram hoje, sexta-feira, a Angola, devido ao conflito armado vigente naquele país africano.

O regresso foi acautelado pelo Governo angolano, no intuito de salvaguardar as vidas desses cidadãos, num processo iniciado na última terça-feira pelo Ministério angolano das Relações Exteriores.

Em declarações à imprensa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, a directora do Instituto das Comunidades Angolanas no Exterior e Serviços Consulares, Maria Filomena António, afirmou que a evacuação resulta de uma orientação do Executivo.

“Fomos mandatados e fizemos o trabalho em conjunto com as embaixadas do Egipto, da Etiópia e da África do Sul, o que facilitou a saída dos estudantes”, explicou.

Por seu turno, o representante dos estudantes, Roque Nzaji Kuima, disse sentir-se “extremamente” emocionado pela acção, tendo agradecido ao Estado angolano pelo apoio, uma vez que se encontravam em perigo.

“Graças a Deus chegamos à nossa terra”, referiu, frisando que as condições no Sudão eram precárias, sem possibilidade de se deslocarem da Universidade Internacional do Sudão, onde se encontravam, para locais mais seguros.

Informou que saíram da zona de conflito com base nas indicações das embaixadas da Etiópia, da África do Sul e do Egipto, depois de várias tentativas.

“A actual situação militar e política no Sudão não é boa. O clima está tenso, mas como estudante não tenho muita profundidade de falar sobre o assunto, uma vez que vivíamos no campus universitário”, disse. 

As Forças Armadas Sudanesas e o Grupo Paramilitar de Intervenção Rápida entraram numa divergência que resultou num conflito armado, iniciado no dia 15 do corrente mês, situação que provocou o refluxo de refugiados e agravou a realidade humanitária na região.  

Os generais Fatah Al-Burhan, que lidera o país, e Mohamede Hamdan, mais conhecido por Hemedti, responsável pelo grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido, entraram em divergência sobre a participação dos paramilitares no Exército e, actualmente, disputam o poder.ECC/JD/OHA/ADR