PIB angolano projectado em mais de Kz 70 biliões entre 2023-2027

Luanda – O valor do Produto Interno Bruto (PIB) nominal global projectado para Angola, no período 2023-2027, ronda os 70,3 biliões kwanzas (Kz), em média, com destaque para o sector não petrolífero, que poderá contribuir com Kz 59,3 biliões  (84,34%), comparativamente ao sector petrolífero.  

Segundo dados do Governo angolano apresentados na 1ª edição do “Angola Economic Outlook – AEO”, realizado quarta-feira (dia 26), em Luanda, estima-se que o sector petrolífero contribua com 11,8 biliões de kwanzas (15,66%) para o PIB nominal total, no período em análise.  

Em termos práticos, as receitas esperadas da produção e venda de bens não petrolíferos produzidos e serviços prestados em Angola poderão superar, de forma significativa, o valor a ser arrecadado no sector do petróleo.  

Para a concretização dessas previsões, o desempenho do sector não petrolífero deverá ser assegurado pelos sectores da agricultura, pecuária e silvicultura, com 8,80%, pescas e derivados (16%), indústria (5,26%), construção (5,4%), comércio (3,85%), energia (5,88%), transporte e armazenagem (13,22%), correio e telecomunicações, com 12,52%. 

Para além disso, a promoção do crescimento do sector não petrolífero também requererá o reforço do crédito à economia, em particular, para as micro, pequenas e médias empresas, de modo que o sector privado seja o motor do crescimento económico, conforme sustenta o documento apresentado no Angola Economic Outlook. 

Adicionalmente, esse sector deverá ser dinamizado a implementação dos instrumentos de planeamento de médio prazo, designadamente o Planapecuária, Planagrão e Planapesca. 

Constam, igualmente, desses instrumentos, a segunda fase do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM 2), consolidação do Programa de Privatizações (PROPRIV) e a segunda fase do programa de transferências monetárias para às famílias vulneráveis, vulgo “Kwenda 2”. 

Quanto ao sector petrolífero, estima-se menor contracção dos níveis de produção, com uma estabilização em torno de mil e dez (1 010) barris/dia, até 2027, fruto da implementação de um conjunto de medidas previstas, como a Estratégia de Exploração 2020-2025 e a Estratégia Geral de Atribuição de Concessões Petrolíferas 2019-2025, que prevê atribuir mais de 50 concessões.  

Contudo, prevê-se que o PIB deverá registar um crescimento real médio anual de cerca de 3,68%, sendo que o crescimento médio do sector não petrolífero será de 4,74%, enquanto o sector petrolífero, incluindo o gás, poderá atingir, em média, 2,6%.    

    Estabilização macroeconómica  

De acordo coma as previsões, estima-se a manutenção da estabilidade macroeconómica no país, prevendo-se que a inflação reduza para um dígito, a partir de 2023, com vista a assegurar os níveis das taxas de juro atractivas ao investimento e alinhados aos níveis da Região da SADC. 

Apesar das previsões de médio prazo expressarem um certo optimismo, ainda prevalecem alguns riscos que podem emergir, tanto do contexto internacional e nacional, nomeadamente as tensões geopolíticas internacionais, redução do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais e aumento dos custos de financiamento no mercado mundial.  

Dessa lista, constam também a redução sistemática dos níveis de produção de petróleo bruto, menor crescimento do PIB não petrolífero, menor probabilidade de alcançar os níveis de receitas previstas por parte do Tesouro Nacional e aumento dos níveis gerais dos preços no curto prazo, devido à retirada dos subsídios aos combustíveis. QCB/PPA