Angola perde 40 mil milhões de dólares em cada 10 anos

O país perde anualmente cerca de 40 mil milhões de dólares em cada 10 anos com a importação de matérias primas utilizadas nos sectores da Agricultura e da Indústria, segundo o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA).

José Severino, que falava durante o debate de opinião sobre “Agricultura e Indústria”, promovido ontem pelo Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC), reconheceu que a indústria nacional cresceu, mas “não de forma muito visível”, em função de algumas limitações ainda existentes.

 De acordo com o responsável, os materiais de construção estão liderados por vários produtos como cimento (cinco fábricas ),  a metalurgia pesada (varões de ferro, perfis, tubos, chapas de ferro e cabos eléctricos); produtos químicos (tubos, plásticos, tintas); bebidas (água, cerveja, refrigerantes,sumos) constam dos que tiveram maior índice de crescimento.

Os derivados do trigo (moageiras, fábricas de massas e bolachas,); têxteis (A. Têxtil, Textang II e Satec) e embalagens que tem a ver também com produtos higiénicos também registaram um considerável crescimento na altura da Covid-19, tal como sucedeu  o vidro, cartão, plástico,  papel, gráficas (cadernos e livros), Produtos de higiene, Sal (comum e derivados), Açúcar e Álcool (Biocom).

Por sua vez, o presidente da Associação Agro-pecuária de Angola ( APA), Wanderley Ribeiro disse que a agricultura em Angola é, sem dúvidas, um desafio e ao mesmo tempo interessante, porque, ao longo de décadas, o sector tem sido caracterizado como uma área de potencial económico.

“Em todo lugar onde vamos, percebemos e somos constantemente informados que Angola é uma terra com  muito potencial”, afirmou.

Já Filomena de Oliveira é de opinião que “que se deve apostar no capital humano” como sendo a maior prioridade, não só para o factor produtivo ,mas também, para o próprio sector público. “Sem o capital humano não vamos a lado nenhum e o mesmo capital humano é necessário que tenha valências e ética”.

Por sua vez, o Engenheiro Fernando Pacheco explicou que, quando se fala do financiamento, vem logo a questão do crédito, mas antes de falar dos subsídios, “estou completamente de acordo que a nossa economia deve ser subsidiária como é a agricultura dos países desenvolvidos”, rematou.