Por uma diplomacia cada vez mais forte e actuante

O desempenho da diplomacia angolana está em análise, no IX Conselho Consultivo do Ministério das Relações Exteriores, iniciado ontem, em Luanda, sob orientação do titular daquele departamento ministerial. Téte António ressaltou na sua intervenção, na abertura do evento, as principais realizações no âmbito da actividade diplomática, referindo que Angola tem assumido as suas responsabilidades internacionais, com acções nas organizações de carácter global e regional.

Apesar de não haver qualquer dúvida quanto ao bom trabalho desenvolvido até agora pela diplomacia angolana no domínio político, visíveis nas mediações para a pacificação do continente africano e noutras actividades que ultrapassam as fronteiras do continente berço da humanidade, é de se esperar neste evento uma análise mais incisiva no quadro da vertente económica, tendo em conta a estratégia nacional de promoção do desenvolvimento económico por via da atracção de investidores estrangeiros.

Tudo isso porque o assunto domina as atenções do Executivo durante os últimos tempos, facto que ficou evidente por altura da nomeação e tomada de posse dos novos embaixadores, em que o Presidente da República, como água mole em pedra dura, bateu na tecla, exortando os empossados a embrenharem-se com afinco na ingente tarefa de elevar cada vez mais alto o nome de Angola e das suas potencialidades, para atrair potenciais investidores e outras pessoas interessadas em trazer o seu dinheiro e conhecimentos para aplicar aqui no país.

Aliás, não é por acaso que um dos temas de abordagem neste IX Conselho Consultivo do Ministério das Relações Exteriores sejam os desafios da diplomacia económica na atracção de investimento directo estrangeiro e a contribuição para a estratégia do país face às mudanças globais, que serão analisados junto de outros de igual importância como o reforço do posicionamento estratégico de Angola nas organizações internacionais e regionais.

Importa ressaltar, para reforçar o nosso ponto de vista, que ainda ontem, o Presidente de todos os angolanos voltou a exortar as missões no exterior a prestarem uma atenção particular à diplomacia económica.

E foi, desta vez, mais incisivo ao apelar aos diplomatas no sentido de  divulgarem e promoverem de forma direccionada os alvos concretos das grandes potencialidades do país e as medidas destinadas a remover a burocracia e outros entraves ao acesso dos investidores ou outros interessados a visitarem o país. Realçou, entre outras potencialidades, a área agrícola e energética e a capacidade do país de exportar hidrogénio verde.

Embora ainda existam os trabalhos por fazer em reforço às acções existentes, somos forçados a concordar com o posicionamento segundo o qual o desempenho da diplomacia angolana, até agora, seja positivo. Basta olhar e acompanhar o número de empresas que se fazem ao nosso país com manifestações de interesse para investir e o grande número de turistas que grande regularidade visitam as nossas atracções existentes em quase todas as províncias.