Angola precisa explorar melhor o mecanismo AGOA-Victor Fernandes

Luanda – Os níveis de produção de bens diversos no país permitirá ultrapassar a fraca adesão às exportações para os Estados Unidos da América (EUA), no quadro mecanismo de Crescimento e Oportunidade para África (AGOA), considerou, esta terça-feira, o ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes.

Segundo o governante, o sector empresarial angolano tem tirado pouco proveito do AGOA, mecanismo que permite aos países africanos exportarem para os EUA, com isenção ou taxas extremamente baixas.

Para o efeito, há a necessidade de assistência técnica e de formação ao empresariado nacional, em matérias relacionadas às barreiras não tarifárias existentes no mercado americano, que se figuram como maior empecilho para os operadores nacionais.

Falando durante a acção de “Formação de Capacitação sobre o Processo de Exportação, no Âmbito do AGOA”, numa promoção das Agências de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) e a norte americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Victor Fernandes apontou o AGOA como um instrumento fundamental para Angola atingir o desenvolvimento sustentável a curto prazo.

“Angola tem mais de seis mil produtos elegíveis para exportação para os EUA, mas, por razões de ordem técnica, esta transacção é residual no AGOA. Por isso, é importante reforçar o papel dos adidos comerciais, criar um ambiente propício para o sector privado e assumir a execução do programa AGOA”, asseverou o governante.

Neste sentido, o dirigente disse que é preciso reforçar a mão-de-obra qualificada, a capacidade produtiva, melhorar a qualidade, a fim de responder às exigências do mercado norte-americano.

Na ocasião, o representante da Agência dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID), William Butterfield, afirmou que o AGOA oferece enormes oportunidades para África, em particular para Angola, mas é preciso conhecer para ultrapassar as aparentes barreiras técnicas.

Por isso, esclarece o dirigente norte-americano, a USAID, em parceria com a AIPEX, passarão a prestar aos empresários angolanos, assessorias e capacitação técnica com soluções sustentáveis para o melhor proveito desse mecanismo comercial.

“Os EUA continuarão a apoiar os esforços de Angola para a diversificação da economia”, reafirmou o líder da USAID em Angola.

Por sua vez, o administrador da AIPEX, José Sala, considerou de incipiente a exportação dos produtos nacionais, em particular no campo da agricultura.

“ Apenas duas empresas exportam para os Estados Unidos da América, sendo uma de café e a outra de produtos alimentares processados”, revelou o gestor da AIPEX.

O administrador entende que o fraco volume de exportação para os EUA está ligado ao alto nível de exigência da qualidade dos produtos e das barreiras técnicas dos não tarifários, facto que desanima os empresários nacionais.

Por isso, explica o administrador, é preciso dotar os empresários angolanos de conhecimentos de como exportar para os EUA.

A USAID apoia actividades para melhorar o ambiente económico a nível macro e micro.  Igualmente apoia o Programa de Desenvolvimento Agrícola e de Finanças.

O AGOA é um mecanismo que permite os países da África subsariana a terem produtos elegíveis, dentre os quais Angola, para ajudar a crescer, diversificar as suas exportações para os Estados Unidos, quer seja nos domínios da agricultura, da indústria, da energia e da construção. OPF/AC