Interrupção do Bloco 17 prevê perda de milhares de dólares

Luanda – A multinacional TotalEnergies prevê interromper, a partir do dia 20 de Fevereiro, deste ano, a produção do campo petrolífero Dália, localizado no Bloco 17, offshore Angola, devido a necessidade de se efectuar uma manutenção planeada por mais de um mês.

De acordo com uma publicação da consultora nacional em petróleo, gás e energias renováveis, a PetroAngola, a manutenção prevê uma duração de 35 dias, o que vai causar uma redução significativa  na oferta de petróleo angolano no mercado internacional.

O campo produz actualmente 200  mil  barris de petróleo dia (KBPD).

Cálculos compilados pela ANGOP com base na publicação da PetroAngola, o país vai deixar de enviar  sete milhões de barris de petróleo no período de 35 dias.

Em termos de receita bruta  com base em  75 dólares norte-americanos por barril, preço de referência do Orçamento Geral do Estado 2023, prevê-se uma perda  525 milhões de dólares norte-americanos.

Ainda segundo a consultora, apenas 30 carregamentos, um número considerado baixo, devem partir de Angola em Março.

 Por outro lado, estima-se que Angola poderá até mesmo não exportar qualquer petróleo Dália,em Março deste ano, porque a produção do campo precisará ser encerrada para concluir as obras.  

De acordo com a petrolífera francesa, as operações de manutenção no campo Dália incluirão inspecções de equipamentos e linhas submarinas, bem como trabalhos relacionados a pontas da “flare”.  

A produção de Angola, membro da OPEP, já se encontra bem abaixo da produção prevista no acordo da OPEP+, mesmo com os cortes que a aliança iniciou em Novembro de 2022.  

Os últimos dados da Agência Nacional de Petróleo e Gás de Angola, relatam que o país produziu em média 1,088 MBPD em Dezembro, cerca de 4 KBPD acima dos 1,084 MBPD alcançados em Novembro.

Apesar deste ligeiro aumento Angola ainda continua muito abaixo da sua meta de produção sob o acordo da OPEP+ de 1,455 MBPD até Dezembro de 2023 ou até que a coalizão decida o contrário.   

De acordo com a consultora, a redução da oferta de Angola ocorrerá num momento crítico para o mercado petrolífero global, logo após a entrada em vigor da proibição da União Europeia  às importações de petróleo da Rússia por via marítima.

Os mercados de petróleo e diesel estão a se preparar para um Fevereiro caótico depois que a proibição da UE às importações de produtos petrolíferos refinados russos entrar em vigor no dia 5 de Fevereiro.