A Textang II aposta, fortemente, na produção do algodão, na província de Malanje, localidade da Baixa de Cassanje, no intuito de contribuir para o alavancar do sector, tendo como meta uma produção de 15 mil hectares num período de três anos.
Segundo o presidente do Conselho de Administração do grupo ALCAAL Angola, actual gestor da Textang, Jorge do Amaral, das plantações já existentes, a fábrica conseguiu colher numa primeira fase cerca de 100 hectares.
Para a segunda fase, explicou Jorge Amaral, será plantado, a partir de Janeiro de 2023, um total de 400 hectares com uma previsão de colheita em Maio do mesmo ano. Com esta aposta no sector, Jorge Amaral garantiu que o objectivo é tornar o país mais uma vez auto-suficiente na produção do algodão.
“Ao atingirmos esta auto-suficiência e com a evolução na área de confecções, teremos um sector produtivo com empresários capazes de apostarem nas exportações, incluindo a criação de mais postos de trabalho directos e indirectos.
“Milhares de jovens vão trabalhar nessas fábricas e levar a indústria de confecções nas 18 províncias do país”, reconheceu.
Jorge Amaral destacou que a Textang tem assinado parcerias com as fábricas de confecções no sentido de diversificar a produção de vestuário e uniformes.
Por outro lado, explicou Jorge Amaral, ainda que as fábricas de confecções adquiram os tecidos na Textang e para maior incremento na produção, foi reforçada a parceria com a empresa Palm Confecções Angola, que ainda neste mês (de Dezembro) se torna pioneira na produção de vestuário do dia-a-dia, com a produção de t-shirts (vulgo camisolas) e camisas Pólo em grande escala.
Para a produção destes vestuários, a Textang II fornecerá à Palm Confecções o fio e, por sua vez, com este material a empresa produzirá o tecido de malha, que terá como finalidade a fabricação dos vestuários.
“Temos as condições criadas para oferecer a matéria-prima suficiente para atender a procura do mercado”, assegurou.
Jorge Amaral defendeu ter chegado a hora de fazer-se uma revolução na indústria têxtil em Angola, porquanto o sector dispõe da maior indústria instalada de produção de tecido de África e os parques existentes no país estão apetrechados com matéria-prima de última geração, e com grande capacidade de produção de metros em tecido, calculados em 35 milhões por ano.
Detalhou que os 35 milhões de tecidos são o total produzido pelas três indústrias têxteis, nomeadamente Textang-II, África Têxtil e a SATEC.
“No global da produção, cerca de 10 milhões de tecidos são produzidos pela Textang-II e no que toca à produção de vestuário e fardamento, a Palm Confecções e a SIMPROTEX e outras fábricas associadas à AITECA são exemplos claros de que o sector pode muito bem funcionar e passar dos 600 postos de trabalho já criados para mais de dois mil.
Palm Confecções assume ser líder na produção
Uma das empresas líderes na produção de uniformes no país é a Palm Confecções, proprietária da Fábrica de Uniformes localizada na Zona Industrial, Km 30.
A nova marca de vestuário produzida pela Palm Confecções é vocacionada na produção de t-shirts e camisas Pólo. A meta da empresa é produzir numa primeira fase dois milhões de peças, dos quais um milhão de t-shirts e um milhão de Pólo. E, como meta em dois anos, chegar a 15 milhões de peças.
Actualmente, a fábrica aposta na produção de tecido de malha, processo este fácil para a direcção por terem matéria-prima capaz, casos de máquinas pesadas, que transformam e convertem o fio em tecido. As máquinas em causa têm uma capacidade para produzir 900 metros de tecido para t-shirts apenas em oito horas de trabalho (jornada de um dia).
O presidente da Palm Confecções, Luís Contreiras, disse que a empresa está preparada para o grande desafio, que é o fabrico de roupa pronto-a-vestir, desde t-shirts e camisolas, além do paradigma de produção de uniformes de trabalho.
“O trabalho não é apenas da Palm, mas sim do sector têxtil e confecções de Angola, que está preparado para aceitar os grandes desafios do Governo, o de alavancar o sector”, assumiu.
Para Luís Contreiras, o que prepara melhor o sector de confecções é quando se tem a indústria têxtil pronta para atender o mercado no fornecimento da matéria-prima.
Associação das indústrias têxteis realça os números
O sector têxtil e confecções de Angola produz, anualmente, mais de 400 milhões de peças de vestuário, informou o presidente da Associação das Indústrias Têxteis e Confecções de Angola (AITECA).
Luís Contreiras testemunhou, na quarta-feira, em Luanda, a “Rodada de Negócio no Sector Têxtil”, evento realizado à margem da inauguração de uma linha de produção da Palm Confecções, no Pólo Industrial de Viana.
Na ocasião, o presidente da Associação das Indústrias Têxteis e Confecções de Angola (AITECA), Luís Contreiras, realçou que a produção global de peças é feita pelos 300 associados controlados. Constituem principais associados da AITEC, micro, pequenas e médias empresas nacionais.
Fruto do relançamento do sector, nos últimos dois anos, e dos grandes desafios estratégicos, traçados pelo Executivo e o empresariado, no próximo mês (Janeiro de 2013), vai ser criada uma comissão multissectorial de trabalho, a ser integrada por membros da AITECA, representantes do Ministério da Economia e Planeamento, através do INAPEM e do Ministério da Indústria e Comércio.
As referidas equipas terão como missão fazer um estudo profundo do mercado têxtil a nível das 18 províncias do país, principais constrangimentos, valências, entre outros aspectos, que permitem o alavancar do mesmo.
“O foco será aferir, na base, qual é a verdadeira capacidade de produção interna bem como o que sector dispõe em termos de oportunidades e produção”, esclareceu.
De acordo com Luís Contreiras é bem verdade que o país não tem ainda uma variedade extensa de produção, mas já está em condições de começar a fabricar quantidades em grande escala, o que constitui uma boa notícia para quem dependeu 100 por cento de importações.
No que toca ao processo de importação de material para acabamentos de peças, no caso específico da Empresa Palm Confecções, os gastos rondam em cerca de 10 milhões de dólares de seis em seis meses.
Os custos de importação, segundo avançou, é fruto do elevado consumo que, actualmente, atingiu uma alta dimensão no mercado interno.