Luanda – O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, apontou esta terça-feira, em Luanda, a auto-suficiência na produção energética, disponibilidade e acessibilidade como catalisadores do reposicionamento estratégico do continente africano no plano geopolítico mundial. 

Segundo o PCA, que falava na III edição da Conferência Internacional Angola Oil & Gas, que decorre de 29 de Novembro a 01 de Dezembro deste ano, em Luanda, África confronta-se com múltiplos constrangimentos e desafios para contribuir na sua industrialização.

Face a esse imperativo do continente para se desenvolver, indicou que a empresa petrolífera angolana, Sonangol, adoptou uma estratégia de transição energética que assenta na diversificação do seu portfolio.

“Neste seguimento, a Sonangol tem o petróleo como principal pilar do negócio e o gás como o motor primordial para uma energia mais limpa. Daí que a concessionária nacional já avançou um investimento com projectos em curso, com duas centrais fotovoltaicas, para a produção de energia solar de 150 megawatts”, asseverou. 

A par desse facto, a Sonangol esta empenhada na implementação do projecto do hidrogénio verde, em desenvolvido com a parceria de empresas alemãs, bem como rubricou um acordo para a construção da primeira biorefinaria do país, até 2027.   

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), Paulino Jerónimo, apontou a desburocratização dos procedimentos para licenças, a ampliação da indústria petrolífera e as reformas do sector como factores de atracão de investimentos.  

Paulino Jerónimo avançou que o sector que dirige vai continuar a apostar na transição energética, com trabalhos estão a ser desenvolvidos para a regulamentação dos biocombustíveis em Angola.

O PCA disse que a ANPG, nos próximos anos, vai continuar focada em assegurar a implementação de acções para inverter o declínio de produção e das reservas petrolíferas, com vista a assegurar a sustentabilidade continua da produção e das actividades do sector. 

A III edição do Angola Oil & Gas, que decorre sob o lema “Promover uma indústria inclusiva, atractiva e inovadora de petróleo e gás em Angola”, foi aberto pelo presidente da República, João Lourenço.

O evento, realizado pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, em parceria com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e da Câmara Africana da Energia, é organizado pela empresa Energy Capital e Power. 

Durante três dias, estão em debate temas como “O direito e a vontade de desenvolver”, “Como aproveitar os recursos de Angola e da região para um futuro próspero na indústria energética”, “O valor da transição energética de Angola” e “A evolução do sector petrolífero e gás de Angola: Estratégias para a Angolanização da indústria energética local”.