Angola e Nigéria com grandes responsabilidades em África

Angola e Nigéria são dois países com responsabilidades acrescidas na garantia de uma transição energética sustentável em África, considerou, este sábado (22), a embaixadora nigeriana acreditada em Luanda, Monique Ekpong, durante a I Cimeira Africana de Energia, Petróleo e Gás.

A diplomata sustentou a afirmação referindo que os dois países estão dotados de grandes reservas de petróleo bruto e gás natural que, devidamente utilizados, podem permitir o desenvolvimento económico dos dois países e da região.

Monique Ekpong sublinhou o facto de, nos últimos tempos, haver uma maior colaboração entre a Sonangol e a NPC, no domínio do intercâmbio tecnológico, assim como uma circulação de quadros angolanos e nigerianos ao serviço de companhias como a British Petroleum (BP) que operam nos dois países.

“Fico muito satisfeita por ter constatado que hoje existe um forte intercâmbio no domínio da indústria petrolífera, tanto é que este mês a Embaixada emitiu um número considerável de vistos para funcionários da Sonangol que se deslocaram em missão de serviço à Nigéria. Isso significa que os dois Estados já trabalham juntos”, afirmou a diplomata, defendendo, entretanto, que é necessário estender esta relação para outras aéreas.

A embaixadora valorizou a iniciativa da organização da I Cimeira Internacional Africana de Energia, Petróleo e Gás que considera ser uma plataforma para que as questões ligadas ao processo de transição energética em curso no mundo sejam analisadas de forma bilateral. Esta forma de actuação, disse, é crucial para acautelar situações que comprometam o crescimento económico do continente.

A diplomata reconheceu que as trocas comerciais entre os dois países ainda registam números pouco significantes, numa altura em que se dão passos importantes em programas de partilha tecnológica no ramo da petroquímica e começam a ser explorados investimentos nos sectores da agricultura e intercâmbio turístico.

Fórum estratégico

O aproveitamento dos recursos energéticos disponíveis nos países africanos para uma transição energética sustentável foi o principal tema de abordagem da I Cimeira Africana de Energia, Petróleo e Gás, realizada, ontem, em Luanda, pela Revista African Peace Magazine, em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria de Angola e da Nigéria (CCIAN).

Sob o lema “Aproveitando o Potencial para Uma Transição Energética inclusiva para um Futuro Sustentável”, o certame juntou um número considerável de empresas que actuam no sector do Oil & Gas na Nigéria e em Angola. Na ocasião analisaram, de forma intensa, as premissas para o desenvolvimento económico do continente e salvaguarda do bem-estar das futuras gerações.

O encontro, com suporte institucional da Agência de Investimento e Promoção da s Exportações (AIPEX), ficou marcado pela entrega de certificados de méritos a representantes de empresas angolanas e nigerianas mais influentes nas relações comerciais entre ambos os Estados que predominam a produção de hidrocarbonetos no continente.

Investimento estrangeiro

O director da Green Energy International, David Serena Doukubo-Spiff, garantiu a vinda para Angola de novos projectos de desenvolvimento de energias renováveis, tendo em conta as potencialidades que o país dispõe para a implementação de projectos fotovoltaicos, energias eólica, biocombustíveis, entre outros que permitirão um acesso mais facilitado de energia eléctrica para a população.

“Tive a oportunidade de me deslocar para algumas empresas e fico satisfeito por ver técnicos com vasta experiência, o que significa que os africanos são capazes de crescer do ponto de vista profissional. Todavia, é necessário ter uma presença africana cada vez mais expressiva em frente dos projectos, pois somos nós que temos que lutar pela nossa emancipação tecnológica para atingirmos a auto-suficiência energética”, frisou.

O representante da AIPEX, José Chinjamba, reafirmou o compromisso do Executivo em implementar reformas progressivas que tenham impacto na melhoria do ambiente de negócios, tendo sublinhado os incentivos fiscais e redução das burocracias dos processos com vista à atracção do investimento directo estrangeiro.

“O Estado angolano tem nas prioridades a melhoria do ambiente de negócios, como forma de resolver o problema do emprego para a juventude e não só. Nesta conformidade, foram levadas a cabo muitas reformas que hoje permitem que investimento seja feito com a menor dificuldade. A Janela Única do Investidor é uma referência neste processo”, recordou.

Fonte: JA Online