Um grupo de investigadores nacionais e estrangeiros da National Geographic trabalham desde o princípio do mês de Março nos rios das províncias do Huambo, Cubango e Cuando, com intuito de recolher amostras de novas espécies de animais e plantas para futura preservação e exploração turística, no âmbito do projecto transfronteiriço Okavango-Zambeze (KAZA).
O representante da National Geographic nas províncias do Cuando e do Cubango, João Sebastião, explicou ao Jornal de Angola que a expedição científica vai servir para rever e completar os dados já recolhidos desde 2015, por meio do projecto de estudo da biodiversidade dos rios Cubango, Cuito e Cuando, desde as nascentes até as confluências.
O projecto, disse, surgiu por meio de um acordo de cooperação entre a National Geographic e os Ministérios do Turismo e do Ambiente, para protecção dos recursos naturais existentes ao longo dos referidos rios.
A actual expedição, esclareceu, começou no mês de Março, onde o grupo de investigadores começou a navegar o rio Cubango, desde a nascente, na localidade de Chicalacholoanga, no Huambo, até ao município do Caiundo, na província do Cubango, num percurso de 750 quilómetros.
Nos próximos dias, avançou, os investigadores vão dar início aos trabalhos na localidade de Catuitui, município do Cuangar, província do Cubango, onde os investigadores nacionais e estrangeiros vão navegar desde o rio Cubango, passando pelo Cuando até ao rio Cuito, com objectivo de rever e completar todos os dados recolhidos nas expedições passadas sobre os ecossistemas aquáticos.
João Sebastião acrescentou, ainda, que o término da expedição está previsto para o mês de Julho, aquando da realização do terceiro campeonato internacional de pesca desportiva, no município do Dirico, província do Cuando.
A equipa de cientista, realçou, vai prosseguir com os trabalhos já em território namibiano até ao deserto do Delta de Okavango, no Botswana, onde termina o rio Cubango que tem a nascente na província do Huambo.
Referência
Para o representante da National Geographic em Angola, pelo trabalho já efectuado e com base nos resultados de algumas amostras enviadas no laboratório da África do Sul, o país vais ser, no final da investigação, considerado como uma das maiores áreas de conservação da biodiversidade do continente africano.
“Os rios Cuito e Cubango representam a segunda maior área de conservação da biodiversidade aquática do continente africano”, disse.
por meio dos resultados da expedição, explicou, vai se poder mostrar ao país e ao mundo a vasta biodiversidade da fauna e flora angolana, existente nas províncias do Cubango e Cuando.
A primeira expedição da National Geographic no país, realizada em 2015, com a duração de dois meses, permitiu, lembrou, identificar centenas de novas espécies aquáticas que habitam os rios Cuito e Cubango.
Até ao momento, disse, os 45 membros da equipa de expedição do projecto, iniciado na nascente do rio Cuito (Bié), até a confluência com o Cubango, na localidade de Dirico (província do Cuando), identificou 376 novas plantas, sete novas espécies de peixes, 50 novas espécies de répteis e igual número de aves.