Presidência na União Africana é reconhecimento do compromisso de Angola com a paz e estabilidade

O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, considerou segunda-feira, em Luanda, a eleição do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, como líder da União Africana (UA), o reconhecimento do compromisso do país com a paz, estabilidade e desenvolvimento do continente.

Dom José Manuel Imbamba, que falava durante a abertura da primeira Assembleia Plenária da CEAST de 2025, ressaltou, ainda, que esta conquista deve servir de inspiração para que Angola continue a fortalecer as políticas sociais, para promover maior justiça e igualdade para todos os cidadãos. 

“A liderança de Angola na União Africana deve servir de impulso para que o país se torne um verdadeiro exemplo de desenvolvimento sustentável”, referiu Dom José Manuel Imbamba. 

Durante a abertura da reunião, o também arcebispo de Saurimo abordou os 50 anos da Independência de Angola, a serem celebrados neste ano, juntamente com o jubileu do nascimento de Jesus Cristo, como oportunidade para uma renovação espiritual e social no país.

O líder religioso apontou a desigualdade económica como um dos maiores problemas da actualidade, alertando que a disparidade entre ricos e pobres continua a crescer. “O elevado número de crianças fora do sistema de ensino, as taxas assustadoras de desemprego e a marginalização social são problemas que exigem soluções urgentes”, afirmou o prelado.

O arcebispo também expressou preocupação com o aumento da criminalidade e a crise de valores que afectam as famílias angolanas. Dom José Manuel Imbamba mencionou os desafios enfrentados pelo sector da Saúde, como a falta de humanização dos serviços e a escassez de recursos em hospitais e centros médicos.

Inspirado na mensagem do Papa Francisco para o jubileu de 2025, Dom Imbamba defendeu que a esperança deve guiar a sociedade na busca por soluções viáveis na melhoria deste quadro.   “A esperança nos ensina paciência e humildade, nos motiva a fazer o bem, a amar e a lutar por um mundo mais justo e fraterno”, disse.

O prelado destacou a necessidade de uma política comprometida com o bem-comum, com discursos políticos que devem promover união e desenvolvimento em vez de divisão e instigação ao ódio. “A política precisa estar a serviço da felicidade dos cidadãos”, acrescentou.

Dom José Manuel Imbamba apelou à sociedade para fomentar a cultura da cidadania autêntica e da inclusão social, para a adopção de valores éticos e humanísticos nas escolas e na administração pública. “Precisamos de um compromisso real com a formação moral e profissional dos nossos cidadãos”, sublinhou.

O presidente da CEAST reiterou que a Igreja vai continuar a desempenhar um papel activo na busca por soluções para os problemas sociais e espirituais do país. “É tempo de renovação e compromisso, como peregrinos da esperança, devemos unir esforços para mudar a realidade social e construir uma Angola melhor para todos”, referiu.

O papel da juventude

O líder religioso também destacou o papel da juventude no desenvolvimento de Angola, frisando que os jovens precisam de mais oportunidades de formação e emprego. “É fundamental investir na educação e capacitação dos nossos jovens, para que possam ser agentes activos na transformação do país”, enfatizou.

Dom José Manuel Imbamba ressaltou o papel fundamental da juventude na construção de um país mais justo e inclusivo, alertando que os jovens precisam de ser incentivados a desenvolver uma consciência crítica e activa, baseada em princípios éticos e morais.

“São os jovens que carregam o futuro da nação e devemos garantir que tenham acesso à educação de qualidade, oportunidades de emprego e um ambiente social que favoreça o crescimento humano e profissional”, disse.

Neste sentido, defendeu a necessidade de ampliar programas de capacitação e criação de negócios para a juventude, dando-lhe ferramentas para construir uma vida digna e contribuir para o progresso da nação.

Dom José Manuel Imbamba referiu que as paróquias e dioceses espalhadas pelo país estão a desempenhar um papel crucial na promoção de programas sociais voltados para educação, saúde e assistência aos mais necessitados.

“A Igreja não pode ficar alheia às dores do povo, nós somos chamados a ser agentes de mudança e transformação e precisamos fortalecer o trabalho conjunto para garantir que as famílias angolanas tenham condições dignas de vida”, disse.

Saúde do Papa Francisco

O presidente da CEAST apelou à união dos fiéis em oração pela saúde do Papa Francisco, desejando a sua pronta recuperação para que possa continuar a sua missão como Pastor Universal da Igreja.

 “Antes de mais, unamo-nos nesta hora a todos os irmãos do mundo inteiro em oração pela saúde do nosso querido Papa Francisco, para que, quanto antes, regresse à sua árdua e esperançosa missão”, ressaltou.