Access Bank Angola e Standard Chartered anunciam fusão

O Standard Chartered Angola vai fundir-se na unidade angolana do banco de origem nigeriano, o Access Bank,  liderado por Ricardo Ferreira, numa decisão há muito aguardada pelo mercado e que surge na sequência da compra de 60% do capital social do Chartered pelo Access

Dois avisos publicados nesta quinta-feira, 14 de Novembro, pelos conselhos de administração do Access Bank Angola e do Stardard Chartered Angola, destinados aos accionistas e aos credores sociais dão conta do processo de fusão das duas entidades.

De acordo com os avisos, as documentações para a consulta estão disponíveis na sede do Access Bank, no edifício Torre Victoria Premium, Piso 0, Kinaxixi, podendo os interessados (accionistas e credores sociais) consultar e obter cópia integrar sem quaisquer encargos, nomeadamente, o projecto de fusão por incorporação, o relatório e pareceres sobre o projecto, elaborados pelos órgãos da sociedade e por peritos; as contas; relatórios da administração, relatórios e pareceres dos órgãos de fiscalização, dos peritos contabilistas e contabilistas e deliberações das Assembleias-Gerais sobre essas contas, relativamente aos três últimos exercícios (2021, 2022 e 2023).

O negócio, aprovado pela Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC), que, em Agosto do ano em curso, deliberou, por unanimidade, “não se opor ao referido acto de concentração”, tendo mesmo considerado que o negócio e a fusão dos bancos “não criam entraves significativos à concorrência”, vai agora à sua fase final.

Na prática, esta operação será apenas a conformidade da transferência dos activos e do capital humano do Standard Chartared para o Access Bank Angola, uma vez que, há já alguns meses, parte dos anteriores membros do board do Chartered passaram a integrar o board do Access Bank, como é o caso da ex-CEO Augusta Salvador, que passou a exercer funções de administradora-executiva no Access.

Acções da ENSA em indefinição

Com esta operação, o banco liderado por Ricardo Ferreira reforça a capacidade de expansão no mercado, não apenas em termos de número de clientes e cor businesses, mas também cria condições para crescer em contexto adverso e tornar-se num banco de importância sistémica em pouco tempo.

Por se saber estão, ainda, as participações societárias detidas pelo Estado angolano, a Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), que detém 40% do capital do banco que vai agora fundir-se ao Access. Os nigerianos fizeram uma proposta à ENSA- Seguros de Angola, houve uma ronda de negociações, mas o negócio ficou emperrado.

O Telegrama aguarda uma resposta do board da ENSA, em cuja presidência da Comissão Executiva está Mota Lemos, relativamente ao plano de alienação das suas participações, se a empresa terá chegado a um acordo com os nigerianos ou, então, se o accionista (Estado) pretende vender as suas participações através da Oferta Pública Inicial (IPO), via Bolsa de Dívidas e Valores de Angola (BODIVA).