O Presidente angolano, João Lourenço, afirmou esta Quarta-feira, em Luanda, que a liberalização do sector dos derivados do petróleo abriu espaço para mais operadores desenvolverem actividades de logística, distribuição e comercialização de produtos refinados.
“Estão a ser implementados projectos estruturantes de gás natural, com particular realce para o Novo Consórcio do Gás, cujo objectivo principal é garantir o fornecimento contínuo deste produto à fábrica da Angola-LNG e à Central do Ciclo Combinado no Soyo e sustentar a implementação de outros projectos tais como da indústria petroquímica, indústria de fertilizantes, siderurgia e outras”, explicou o chefe de Estado, durante o discurso da abertura da 5ª edição da Conferência Angola Oil & Gas (AOG).
João Lourenço anunciou ainda que está em fase de conclusão o Plano Director do Gás Natural, que deverá definir as bases para alavancar o potencial de recursos de gás natural de Angola, num horizonte temporal de cerca de 30 anos, de modo a garantir a criação de empregos e a geração de receitas para o Estado, contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico do país.
“Temos perfeita noção da gravidade da crise climática global e dos seus efeitos cada vez mais nocivos para os países e povos. Contudo, acreditamos que os países produtores de hidrocarbonetos têm o direito de desenvolver os seus recursos, para o bem dos seus povos e nações desde que tomem as medidas adequadas para minimizar os efeitos nefastos sobre o ambiente e o clima”, avançou. Segundo o Governo angolano, as acções do sector petrolífero devem promover a exploração sustentável dos recursos energéticos fósseis e usar parte dos seus proveitos e capacidade técnica para gradualmente fomentar e fortalecer o surgimento de uma indústria de fontes renováveis de energia, tais como a solar, a eólica, o hidrogênio verde, a biomassa e outras.
Os intervenientes nas actividades de exploração e produção de petróleo e gás, recordou, foram orientados a adoptarem medidas de mitigação e compensação das emissões de gases de efeito estufa, entre as quais destacamos a eliminação ou diminuição da queima de gás, a adopção de tecnologia e equipamentos operacionais menos poluentes, a protecção e a conservação da flora e da fauna, bem como a execução de programas para a criação de florestas ou a reflorestação.
O Presidente angolano assegurou que o país continua aberto ao investimento privado nacional e estrangeiro, propondo termos e condições contratuais e fiscais justos, com vantagens para todos os que pretendem investir no nosso país. “Assumimos a responsabilidade de continuar a trabalhar em estreita colaboração com as organizações internacionais, para o desenvolvimento sustentável dos nossos recursos petrolíferos, contribuindo para a transição e segurança energéticas e também para a diversificação da economia nacional, de forma a maximizar os benefícios para a sociedade angolana e asseguramos o retorno dos investimentos realizados”, acrescentou.