Plataforma valoriza aposta do país na construção de três refinarias

Angola está, neste momento, a reforçar a segurança energética, através do desenvolvimento de três novas refinarias.

Estas iniciativas, conforme explica a Energy Capital & Power, num artigo publicado ontem, em sites especializados do Oil & Gas africano, vão aumentar a capacidade interna para 400.000 barris de petróleo por dia (bpd).

Cita que a Refinaria de Cabinda será comissionada até ao final de 2024. A Refinaria do Lobito e a Refinaria do Soyo devem entrar a partir de 2025. Entretanto, referem, a modernização da única refinaria operacional do país, a de Luanda, representa um grande impulso para o sector a jusante de Angola.

Durante o programa de pré-conferência Angola Oil & Gas (AOG) 2024 – a decorrer antes do evento principal no dia 1 de Outubro – a empresa de consultoria especializada CITAC Africa vai apresentar um seminário sob o tema “Demand and Supply Trends for Refined Products in Africa (Tendências da Procura e da Oferta de Produtos Refinados em África, na tradução livre)”. Liderada pela directora Executiva da CITAC África, Elitsa Georgieva, a sessão deverá fornecer informações actualizadas sobre a evolução da indústria do downstream “distribuição” em África.

A Angola Oil & Gas “AOG”, ou se quisermos Conferência de Petróleo e Gás de Angola, é o maior evento de petróleo e gás do país. Realizado com o total apoio do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás; da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG); da Câmara Africana de Energia (CAE); e do Instituto Regulador de Derivados do Petróleo (IRDP), o evento é uma plataforma para discutir acordos e promover a indústria de petróleo e gás de Angola.

Embora o rendimento das refinarias do continente tenha caído para 365.000 bpd no terceiro trimestre de 2023, o sector de Refinação da África Subsaariana está actualmente a testemunhar uma recuperação significativa.

Dados indicam que as vendas de produtos petrolíferos no continente aumentaram 60 por cento na última década, enquanto se espera que o déficit líquido de produtos limpos diminuiu 78,4 milhões de toneladas em 2023 para 55,9 milhões de toneladas em 2026. E, isso ocorre como resultado de projectos de refino que entram em operação e atingem a capacidade total.

Os esforços para maximizar o desenvolvimento dos recursos de petróleo e gás levaram a uma onda de desenvolvimento a jusante nos maiores mercados produtores de África. Em Julho, a Refinaria Dangote da Nigéria iniciou conversas com os Governos de Angola e da Líbia para garantir uma estabilidade de petróleo bruto para sua fábrica de processamento de 650 mil bpd. Situada perto de Lagos, a refinaria de 20 mil milhões de dólares é a maior de África e visa eliminar a dependência da Nigéria do combustível importado.

Enquanto isso, explicam, num esforço para desenvolver as capacidades do downstream do Sudão do Sul, a empresa nacional de petróleo do país, Nilepet, está a pedir aos investidores que garantam financiamento para a conclusão de uma refinaria de petróleo no Bloco 5A. O projecto acumulou um investimento total de 29 milhões de dólares, com os custos iniciais estimados da refinaria actualmente em 3 mil milhões de dólares. Espera-se que a conclusão da proposta de refinaria duplique a produção de petróleo do país para 350.000 bpd, enquanto forneça óleo combustível pesado para mercados potenciais no Quênia, Uganda e República do Congo.

No meio desse crescimento, a sessão técnica pré-conferência “AOG /2024” da CITAC vai mostrar como grandes projectos de refinação, como os de Angola, estão a mudar, radicalmente, as perspectivas para o sector e o ambiente comercial no continente.

A Energy Capital & Power avança que os participantes vão obter informações sobre como o forte crescimento populacional e económico aumentará, rapidamente, a procura de energia em África nos próximos anos e como essa demanda precisará ser atendida por várias fontes de energia, como petróleo e o gás na vanguarda.

O referido seminário é de valor estratégico para as partes interessadas do Governo e do sector Privado, reguladores de energia estatais,  actores do mercado de petróleo a jusante (downstream) e instituições financeiras, bancos de investimento, credores e desenvolvedores de projectos.