Angola no CAUCUS africano 2024 em Abuja, arquiteta soluções para impulsionar crescimento

Abuja, 03/AGOSTO/2024

Terminou neste sábado, 03/08, em Abuja, Nigéria, a reunião do Caucus Africano de 2024 sobre a facilitação do Comércio Intra-Africanopara catalisar o Desenvolvimento Sustentável deÁfrica.

A reunião juntou mais de 200 participantes entre ministros das finanças, governadores de bancos centrais e representantes do Grupo Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.

A Delegação Angolana chefiada pelo PCA do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), Armando Manuel, na qualidade de convidado especial do Caucus 2024, proferiu uma palestra sobre a análise dos impactos da digitalização no desenvolvimento económico dos países africanosnum contexto de tensões geopolíticas e impacto das mudanças climáticas.

O Presidente do Fundo Soberano de Angola, disse que a digitalização dos negócios, a electrificação e a facilitação do comércio são o caminho da cadeia de valores para gerardesenvolvimento de infra-estruturas em África.

A reunião do Caucus presidida pelo ministro das finanças da Nigéria, Adebayo Olawale EDUN,traçou caminhos de consenso para impulsionar o comércio intra-africano e uma arquitetura financeira pan-africana mais ajustada ao contexto do continente.

O Caucus 2024 definiu uma posição africana de consenso para às reuniões das instituições do Bretton Woods (Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional) a realizar-se em outubro próximo em Washington DC.

Para além da digitalização de África e seu impacto na transformação do desenvolvimentoabordado por Armando Manuel, o CaucusAfricano mergulhou as suas discussões nofortalecimento dos ecossistemas de pagamentospan-africanos para o desenvolvimento integrado, a facilitação do comércio e a integração regional em África. 

As infraestruturas, o acesso à energia electricacom a “Missão300” e conectividade – criando um ambiente propício para o crescimento económicobem como a reposição do IDA21 para catalisarmudanças transparentes, encerarram os temas do fórum.

MENTES AFRICANAS EM ACÇÃO

Buscar uma posição africana comum para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) em Washington DC em outubro é a motivação primária do CaucusAfricano de Abuja.

Aqui estiveram reunidas as principais mentes da nata das ciências económicas e financeiras de África para arquitectar soluções que acelerem o crescimento económico do continente.

A Nigéria, por seu turno, quer sediar o Banco Central Africano, segundo o Vice-Presidente da República Federal, Kashim SHETIMA, na cerimónia de abertura do fórum e clama pelo apoio do continente.

O governador do Banco do Sudão do Sul, JamesGarang, um dos principais palestrantes do Caucus, partilhou experiências sobre como navegar no complexo cenário financeiro globalcada vez mais exigente.

A delegação angolana integrou o Embaixador de Angola na Nigéria, José Bamóquina Zau, o Administrador Executivo do BNA, Miguel Bartolomeu Miguel, o Director Nacional de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento do Ministério do Planeamento, Gil Henriques e o Director Nacional do Gabinete de Estudos, Planeamento e Relações Internacionais do Ministério das Finanças, Patrício Neto.

O Caucus é uma reunião dos Governadores Africanos junto do Grupo do Banco Mundial e do FMI, Ministros das Finanças, da Economia e Governadores dos Banco Centrais dos Países Africanos.

DECLARAÇÃO DE ABUJA

O Caucus Africano 2024 destacou três caminhos principais para impulsionar o comércio intra-africano, a saber: 

(i) fortalecer o ecossistema de pagamento pan-africano, 

(ii) melhorar o acesso à energia, acessibilidade e conectividade em conformidade com a Agenda 2063 da União Africana; e

(iii) alavancar parcerias com MDBs. 

Face à crescentes tensões geopolíticas e contínua incerteza macro-económica global, o Caucusapelou ao FMI e ao Grupo Banco Mundial para garantir que seu apoio aos países membros continue a ser guiado por princípios de equilíbrio e imparcialidade.

Essas considerações são ainda mais importantes num momento em que os países estão sendo assaltados por choques exógenos adversos e enfrentando imensas necessidades de financiamento. 

Para tal o Caucus aceitou o desafio de fortalecer o ecossistema de pagamento africano, por meio da harmonização das regras de negociação, bem como os ciclos de liquidação e taxas de listagem nas principais bolsas da África para garantir a colaboração regulatória transfronteiriça no ecossistema Fintech de África.

Decidiu acelerar a integração financeira com o objetivo de aumentar a diversificação da alocação de activos em todas as geografias e sectores, abordar os desafios de liquidez que têm restringido consistentemente a promoção do comércio e investimento africanos.

Aproveitar a tecnologia Blockchain e a inteligência artificial no sistema de pagamento para melhorar a eficiência do sistema de pagamento e reduzir intermediários nos processos.

Outro desafio africano é alinhar as regulamentações do sistema financeiro com as regulamentações de produtos de tecnologia, incluindo grade de informações digitais, alfabetização em tecnologia digital e plataformas financeiras digitais, bem como a construção deinfraestruturas regionais de TIC de qualidade.

O fórum reconheceu a necessidade urgente deimplementação do Sistema Pan-Africano de Pagamento e Liquidação (PAPSS) para facilitar o comércio intra-africano, aumentar a inclusão financeira e promover o desenvolvimento sócio-económico ao permitir pagamentos instantâneos, em tempo real e sem interrupções entre fronteiras nacionais.

Serviços de Comunicação Institucional e Imprensa da Embaixada de Angola na República Federal da Nigéria, Benin, Níger e CEDEAO, em Abuja, aos 03 de Agosto de 2024.