O Novo Terminal Mineraleiro de Socomar, em construção na Baía de Moçâmedes, província do Namibe, será um porto mineiro estratégico para a exportação de minério de Angola para o mundo.
A obra, observada ontem pelo Presidente da República, João Lourenço, no decurso da visita à província, está a ser erguida no quadro das infra-estruturas integradas para o desenvolvimento da Baía de Moçâmedes, que inclui ainda a expansão do Terminal de Contentores.
No Porto do Namibe, o Chefe Estado, acompanhado da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, recebeu explicações detalhadas sobre os níveis de execução física e financeira das duas infra-estruturas portuárias, ao mesmo tempo em que foi convidado a observar os trabalhos em curso na Baía de Moçâmedes.
O novo Terminal Mineraleiro de Sacomar, de acordo com dados do Ministério dos Transportes, vai comportar uma ponte cais com 520 metros de comprimento e 18 de largura, prevendo-se uma capacidade de atracar, em simultâneo, embarcações de 50.000 e 60.000 DWT ou de até 250.000 DWT (Down Weight Tonnage). A capacidade marítima estimada para o terminal é de 110.000.000 toneladas por ano.
Protegido por uma enseada natural na zona norte da Baía do Namibe e localizado a cerca de 8 quilómetros da cidade de Moçâmedes, o novo terminal dotará a província do Namibe de um Porto Mineraleiro funcional, complementando a actividade comercial (mercadorias gerais) com base no Porto do Namibe.
Entre as principais actividades, destacam-se o armazenamento e carregamento de minério de ferro para exportação, proveniente da região de Kassinga, província da Huíla, e Cuchi, no Cuando Cubango. De igual modo, o terminal será o centro de carregamento de outras matérias primas ou minérios a explorar futuramente.
Terminal de Contentores
Paralelamente ao Terminal de Sacomar, no Porto do Namibe está em obras a expansão do Terminal de Contentores, a construção do novo edifício de apoio às Operações Portuárias, Parque de Armazenamento de Contentores (60.000m7), área de Manutenção de Guindastes RTG (Rubber Tyred Gantry] (2.000m), Área de Alfândega e Quarentena (300m⅔), Subestações e Edifícios de apoio.
As infra-estruturas incluem fornecimento e montagem de equipamentos de elevação, carga e pesagem, embarcações de reboque e pilotagem, empilhadores, sistema de inspecção de raio X, veículos e sistema de monotorização de tráfego marítimo VIS (Vessel Traffic Service).
A extensão do Terminal de Contentores vai corresponder ao prolongamento do cais existente em 288 metros de comprimento e 18 de largura, totalizando 301 metros. O objectivo, segundo explicações do ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, visa permitir a atracagem de navios de contentores de 50.000 DWT (Deadweight Tonnage) e capacidade até 3.000 TEU (Tweenty-loot Equivalent Units).
As obras das infra-estruturas integradas para o desenvolvimento da Baía de Moçâmedes estão orçadas em 600 milhões de dólares e a conclusão do Terminal de Sacomar, previsto para o próximo ano, está dependente de factores de natureza climática e financeira. A empreitada de extensão do Terminal de Contentores está prevista para encerrar em Dezembro deste ano.
Corredor Ferroviário Regional
O Ministério dos Transportes fez a apresentação ao Presidente da República de um projecto de modernização e reabilitação da rede ferroviária, no Caminho-de-Ferro de Moçâmedes. Para a efectivação foram estabelecidas algumas prioridades, nomeadamente, a reabilitação de segmentos já implantados e ampliação da capacidade de transportes, complementação da Rede Ferroviária no Cuando Cubango Menongue até Rivungo (fronteira com a Zâmbia), a viabilidade de interligação do EFM com a Zâmbia, com a ligação Rivungo até Victória Falls. Alguns dos projectos apresentados fazem parte do Plano Operacional de Parcerias Público-Privadas.
O Estado angolano poderá financiar 20 a 30 por cento do custo global e o restante será através de investimento privado, nacional ou estrangeiro, garantindo assim a execução de um número considerável de projectos da Rede Ferroviária Nacional proposta pelo Ministério dos Transportes.
O Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) tem o seu início no Porto do Namibe, expansão para a Zâmbia e destina-se a permitir a exportação de grandes quantidades de minérios (ferro e cobre) no Namibe e a importação de minerais da Zâmbia.