Áreas do Okavango livres de minas para a promoção do turismo

As principais áreas de atracção turísticas da região angolana do Okavango, na província do Cuando Cubango, estão livres de minas e aguardam somente investimentos nacionais e estrangeiros para a promoção de um turismo transfronteiriço de excelência, face às potencialidades exuberantes de recursos hídricos, faunísticos e florestais.

O governador do Cuando Cubango, José Martins, que falava no final de um roteiro turístico que decorreu, de 18 a 22 deste mês, nos municípios do Cuangar, Calai, Dirico e Rivungo, garantiu que, apesar destas localidades acolherem grandes batalhas durante o conflito armado que assolou o país, os investidores podem ficar seguros de que não haverá qualquer incidente de minas, porque o Executivo angolano fez um trabalho de desminagem pontualmente e muito bem nas áreas de maior atracção turística.

José Martins disse que a viagem feita com os potenciais investidores e turistas nacionais e estrangeiros aos principais locais turísticos dos municípios do Cuangar, Calai, Dirico e Rivungo, num percurso de cerca de 1.200 quilómetros desde da cidade de Menongue até ao Bico de Angola, sobretudo em picadas, é prova de que estas localidades oferecem segurança para qualquer investimento, porque não houve nenhum incidente de minas.

O governante recordou que com o grande interesse de desenvolvimento da região angolana do Okavango, o Executivo desembolsou 60 milhões de dólares à ONG The Halo Trust, em 2020, para o processo de desminagem, durante cinco anos, nas áreas afectas ao projecto Okavango/Zambeze, com maior destaque nos municípios do Cuito Cuanavale, Dirico, Mavinga e Rivungo.

José Martins destacou que é na província do Cuando Cubango onde se encontram os dois dos maiores parques nacionais do país, sendo o de Mavinga, com uma área de 46.072 quilómetros quadrados, e o do Luengue-Luiana, com 22.610 quilómetros quadrados, que contam com uma rica diversidade de recursos faunísticos e florestais.

“A aposta em projectos nas principais áreas de atracção turísticas nestes dois parques nacionais, com realce para a reabilitação de estradas e a construção de postos frontei- riços, lodges, resorts e outros serviços de restauração, vai permitir à província receber, anualmente, milhares de turistas nacionais e estrangeiros, que terão como destino, sobretudo, a região angolana do Okavango”, disse.

De acordo com José Martins, a vinda destes turistas para a província também é uma mola impulsionadora para a arrecadação de receitas para os cofres do Estado.

O governante referiu que é olhando para esta expectativa que o Executivo angolano tem estado a garantir que mais extensões de terras fiquem desminadas ao longo da região do Okavango, no Cuando Cubango.

O governador acrescentou que para dar maior celeridade ao processo de desminagem, foram incorporadas nesta missão as equipas das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia de Guarda Fronteiriça (PGF), que estão também engajadas em libertar muitos campos minados, no sentido de facilitar o desenvolvimento de projectos turísticos e de agronegócio na região.

José Martins lembrou ainda que, por esta razão, no ano passado foi feito o lançamento do trabalho de limpeza e verificação das áreas minadas, com vista a permitir a reabilitação das estradas Cuito Cuanavale/Mavinga/Rivungo, num percurso de cerca de 700 quilómetros