Serviços do Angosat podem ser utilizados na Zâmbia e Namíbia já a partir de 2024

Operadores de comunicações da Zâmbia e Namíbia estão em fase mais avançada nas negociações com Angola para beneficiarem dos serviços do Angosat, já a partir de 2024.

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, avançou essa possibilidade, no Dubai, à margem da Conferência das Partes – COP28, que decorre desde 30 de Novembro até 12 deste mês, na Expo City Dubai – Emirados Árabes Unidos.

Neste momento, disse o ministro, há negociações em curso com os operadores estrangeiros, acrescentando que o satélite, como tal, está em condições de prover qualquer tipo de serviços de comunicações.

“As negociações continuam, quer com a Zâmbia quer com a Namíbia ou com os outros países. Estamos em crer que, no próximo ano, as coisas poderão ser uma realidade a nível interno e noutras regiões”, apontou o governante.

Mário Oliveira considerou importante o Angosat, por ser um satélite normal como os outros milhares existentes na órbita terrestre. “Os operadores nacionais têm estado a requerer serviços por via do Angosat, porque é a grande auto-estrada de comunicações que o país tem, onde os operadores colocam à disposição os serviços”, frisou o ministro.

Conforme afirmou Mário Oliveira, os serviços móveis no país já utilizam o Angosat. No âmbito da responsabilidade social do MINTTICS, o Angosat tem servido de suporte a um novo serviço público de telecomunicações, que é o Conecta.

“O Conecta está a crescer. Iniciou no Leste, mas vai chegar a todo o país. Numa única palavra, hoje, falamos dos serviços do Angosat”, disse o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social. 

Meteorologia

Relativamente ao sector da Meteorologia e fruto daquilo que se tem estado a fazer no que toca à modernização do Sistema Angolano de Meteorologia, o país é o ponto focal da SADC para as questões alarmísticas, ligadas à colecta de informações sobre a prevenção às destruições severas.

Com isso, segundo o ministro, Angola tem, por via da WMO – Organização Mundial de Meteorologia, o servidor que monitoriza e que dá o tratamento dos dados de questões severas para a região de África.

Logo, adiantou Mário Oliveira, este canal é também o que dá tratamento de muitas informações climáticas na África Austral.

A produção e acesso mais rápido às informações vão ao encontro do que tem sido a iniciativa da ONU, no que toca a alarmísticas e prevenção dos desastres, com vista a salvar vidas.

“Há um projecto da ONU segundo o qual, até 2027, todo o cidadão na face da terra deverá ter acesso à informação meteorológica e, com isso, prevenir uma série de situações, nomeadamente salvar vidas, que é uma das grandes pretensões dos países, porque as populações que vivem em zonas mais remotas são as que mais sofrem quando há catástrofes” naturais, afirmou o governante.

O ministro Mário Oliveira adiantou que hoje em dia é possível com recurso às TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), com estações meteorológicas e hidrometeorológicas modernas poder alertar tudo quanto tem a ver com as alterações climáticas severas.

 Para monitorar as alterações climáticas em tempo real, adiantou o governante, precisa-se antes de tudo ter uma rede de telecomunicações robusta, que sirva de base e suporte, a fim de o cidadão poder ter informação a partir de qualquer ponto.

“Por essa razão, o país continua a desenvolver a rede de telecomunicações e, aqui, existe uma combinação perfeita entre os serviços fornecidos ao cidadão por via do INAMET e da modernização tecnológica e, igualmente, por via do Programa Espacial Nacional”, indicou.

O ministro disse ainda que, por via do Programa Espacial Nacional, se tem um conjunto de ferramentas tecnológicas, aplicativos que contribuem para que se possa ter soluções de alerta contra situações severas de alterações climáticas.

Mário Oliveira informou que o INAMET e o Programa Espacial Nacional trabalham de modo que Angola possa estar totalmente coberta, para evitar catástrofes ambientais, alterações climáticas severas e, igualmente, contribuir para a economia do país nas questões das Pescas, da Agricultura, do Ambiente, da Energia e outros. Disse que o país, hoje, tem estado a apostar muito nas energias verdes, em fontes renováveis, concretamente em centrais de painéis solares.

Por essa razão, o governante entende que o INAMET e o Programa Espacial Nacional estão em condições de colaborar com todos os sectores referenciados, permitindo que se tenha as melhores soluções e ferramentas tecnológicas desses sectores.

“O país está a trabalhar, tecnologicamente. O sector tem dado este contributo e, com isso, saímos todos a ganhar. O país moderniza-se, a economia cresce e o cidadão está em condições de poder tirar proveito dos serviços tecnológicos à disposição”, afirmou.

Quanto à modernização do INAMET – Instituto Nacional de Meteorologia, Mário Oliveira fez saber que se terminou muito recentemente a primeira fase com a instalação de oitenta e três estações (aeronáuticas, meteorológicas e sísmicas).

“Está-se a preparar condições para uma segunda fase, para o alargamento da Rede Nacional de Estações e, com esse alargamento, vai-se poder cobrir o país todo. E, com essa cobertura, poder-se-á servir melhor os interesses nacionais do ponto de vista da economia e do ponto de vista social”, assumiu.

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, participou, no Dubai, num fórum organizado pelo “Campeão Africano da Alerta para as Questões Climatéricas”, o Presidente William Ruto, do Quénia.

A intervenção baseou-se na perspectiva de mostrar aos participantes, ao continente e inclusive à Organização Mundial de Meteorologia o que em Angola está a ser feito no que toca à modernização dos serviços de meteorologia e geofísica, bem como tudo quanto se tem feito na perspectiva de um ecossistema de interligação entre vários países africanos, em particular na região da SADC.