Consórcio garante investir em equipamentos

O presidente da Comissão Executiva da Trafigura, que integra o consórcio internacional encarregue da exploração do Corredor do Lobito, Jeremy Weir, anunciou, em Benguela, que nos próximos 30 anos serão investidos mais de 400 milhões de dólares em Angola, com vista ao desenvolvimento do traçado.

Falando na cerimónia oficial de transferência da concessão dos serviços ferroviários e da logística de suporte do Corredor do Lobito, Jeremy Weir disse que a par de Angola se prevê, também, investir cerca de mil milhões de dólares na República Democrática do Congo.

O presidente da Comissão Executiva da Trafigura considerou ser  este um investimento significativo para tornar este corredor operacional e que contribua para o desenvolvimento sócio-económico dos países envolvidos e da região.

Jeremy Weir afirmou que o potencial do projecto é imenso. Destacou o apoio do Governo dos Estados Unidos de América, que disponibilizou um pacote de 250 milhões de dólares norte-americanos.

Explicou que o consórcio é formado pelas empresas Trafigura, da Suíça, Mota-Engil, de Portugal, e a Vecturis SA, da Bélgica, que, a partir de ontem, passaram, oficialmente, a explorar o transporte de carga no Corredor ferroviário do Lobito.

Informou que, para os próximos tempos, se prevê fazer vários investimentos na compra de diversos equipamentos, entre locomotivas e vagões.

Explicou que vai também apostar na formação dos recursos humanos, com o utilização dos centros de formação profissionais existentes no Lobito (Benguela), Huambo e noutras localidades.

Enalteceu a presença dos Presidentes de Angola, João Lourenço, da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, e da Zâmbia, Ha-kainde Hichilema, que prestigiaram o arranque da concessão do corredor ferroviário, tendo afirmado que o feito demonstra o comprometimento e interesse com o desenvolvimento e bem-estar das populações, que é o centro das atenções.

Reconheceu que durante o concurso participaram  várias empresas e assegurou a idoneidade do Consórcio vencedor. Destacou ainda o compromisso de fazer do Corredor do Lobito uma infra-estrutura vital para o desenvol vimento do país e dos países da África Austral.

É que, segundo Jeremy Weir, este consórcio tem a perícia financeira, operacional e administrativa para tornar este processo num sucesso dentro do país e além-fronteiras, contribuindo e possibilitando o desenvolvimento da indústria, agri- cultura e do sector mineiro.

Jeremy Weir assegurou que o projecto não vai apenas criar bens e serviços seguros a nível da região, mas, também, estimular o desenvolvimento sócio-económico ao longo do Corredor do Lobito. Adiantou que o Corredor do Lobito vai servir de catalisador para o crescimento e desenvolvimento de Angola, da República Democrática do Congo (RDC), da Zâmbia e de toda a região.

“A linha férrea será ligada ao Porto do Lobito sem demoras e constrangimentos a nível da gestão marítima”, garante. E acrescenta que vai fornecer a rota mais rápida para os produtos. Para a indústria mineira, frisou, será o caminho mais curto. Salientou, como exemplo, a região de Kolwezi, na RDC, e a costa atlântica no Lobito, para transportar cobre e outros minerais de forma célere e exportar para o mercado internacional. Anunciou que se espera atingir 6 comboios de mercadoria por dia nos próximos cinco anos.

O gestor reconheceu a clara visão e contribuição do Governo de Angola em tornar o projecto uma realidade.

Para Jeremy Weir, o processo de concurso aberto congregou vários concorrentes e decorreu com toda a  transparência. “Vamos trazer o desenvolvimento a nível da indústria, agricultura e mineração e fornecer serviços seguros”, disse, referindo que o consórcio e os parceiros têm uma visão partilhada de fazer do Corredor do Lobito  o mais importante a nível da região da África Austral.

“A actuação não vai servir apenas para a transportação de mercadorias, mas, também, vai estimular o desenvolvimento sócio-económico ao longo do Corredor e não só”, concluiu Jeremy Weir.