O Executivo quer tornar as refinarias do país competitivas a nível internacional, com preços reais de uma economia de mercado e aumentar a produção de combustíveis, afirmou, ontem, à imprensa, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás, Diamantino Azevedo.
Falando na apresentação do Programa de Reformas dos Subsídios aos Combustíveis, disse que a estratégia do Executivo com as refinarias existentes em Angola – actualmente cobrem apenas cerca de 20% das necessidades de derivados de petróleo -, é aumentar a capacidade de produção de combustíveis. Acrescentou que o país prevê triplicar a produção na Refinaria de Luanda e construir outras três, projectos já em curso.
Diamantino Azevedo destacou que a Refinaria de Cabinda tem sofrido “um atraso na produção que deriva de factores endógenos e exógenos”, como a pandemia da Covid-19, reforçando que o processo está em curso e vai respeitar três fases: a primeira vai produzir cerca de 30 mil barris diários; a segunda para dobrar a produção para 60 mil barris/dia e a posterior para optimização.
O ministro realçou que a Refinaria do Soyo, outra das principais zonas de produção petrolífera, está a ser desenvolvida noutra instalação, cujo projecto está “em franco desenvolvimento”. No Lobito, o Governo decidiu reactivar um projecto já existente, mas reviu os custos de investimento, “reduzidos para quase metade” e a “qualidade do padrão”, tendo em conta a transição energética. Quando estes quatro projectos estiverem prontos, disse, o país estará em condições de processar 420 mil barris por dia, garantindo autossuficiência e capacidade de exportação de derivados, essencialmente, para os países vizinhos.
O objectivo, segundo o ministro, é ter refinarias competitivas a nível internacional e isso supõe evitar distorção de preços na economia, preços reais, de acordo com a economia de mercado. “Só assim teremos refinarias a funcionar com rentabilidade e competitivas”, realçou Diamantino Azevedo, considerando que “haverá ganhos para a economia, para o país e para os utilizadores”.
Além dos “efeitos positivos” para a economia da construção das refinarias, o Executivo quer também aumentar a capacidade de armazenamento de combustíveis em terra e está a trabalhar na aprovação de Legislação sobre Reservas Estratégicas e de Segurança Nacional relativa aos derivados de petróleo.Sublinhou que, no final do projecto do Terminal Oceânico da Barra do Dande, estarão garantidos os armazenamentos de 580 mil metros cúbicos de combustíveis em terra. Fez, igualmente, referência aos projectos de enchimento de gás, hidrogénio verde, fotovoltaicos, de energia eólica e de biocombustíveis, que contribuirão para melhorar a capacidade de fornecimento de combustível para o país e para a exportação