Mais de 11 milhões de angolanos vivem em pobreza actualmente

Luanda – Onze milhões, 947 mil e 270 cidadãos angolanos vivem actualmente num estado de consumo abaixo da linha da pobreza, com gastos de 12 mil 181 kwanzas por mês apenas, informou, esta  sexta-feira, em Luanda, a responsável para área de projecções do Instituto  Nacional de Estatística (INE), Teresa Espinola.

Durante a palestra sobre “A Contribuição da Estatística para o Desenvolvimento e o Combate à Pobreza”, alusiva ao primeiro aniversário da Associação Nacional dos Estaticistas de Angola (ANEA), que hoje 21 de Abril se assinala, a técnica referiu que deste número, seis milhões e 643 mil 811 pessoas estão na zona rural e cinco milhões e 303 mil 459 habitam na urbana.

Segundo a prelectora, os agregados familiares com três ou mais crianças representam 48 por cento dos pobres em Angola, enquanto que a população cujo chefe do núcleo familiar trabalha por conta própria representa 51 por cento dos pobres.

Neste quadro, disse Teresa Espinola, as projecções do INE apontam para oito províncias com taxa de incidência de pobreza superior a 50 por cento e 40 por cento dos municípios, sobretudo nas localidades onde houve conflitos armados, uma taxa de pobreza superior a 90 por cento.

Entretanto, o Executivo, afirmou,  na sua agenda para Organização e Desenvolvimento Sustentável (ODS), até 2030, pretende combater o fenómeno em todas as suas formas, dimensões e lugares, tendo já iniciado no programa de 2018/2022, visando responder também a estratégia da União Africana (UA) na sua agenda para até 2063.

Destas acções, inseridas no Orçamento Geral do Estado (OGE), o Executivo está  actuar nas  províncias com alguns projectos estruturantes, como o Plano Integrado de Desenvolvimento Local e Combate a Pobreza, o de transferências monetárias “Kwenda” e outros, que visam principalmente a redução da taxa de incidência da pobreza no país a médio prazo.

De acordo com a responsável, no âmbito da implementação das políticas públicas, está-se a fazer também os mapas de pobreza, a melhoria dos serviços sociais a nível local, reflexão sobre as desigualdades, prioridades, monitorização e avaliação das acções, por formas a se elevar os níveis de vida dos cidadãos em situação de pobreza extrema em Angola.

Na ocasião, o presidente da Associação Nacional dos Estaticistas de Angola (ANEA), André Miaveta, referiu que a estatística é um instrumento muito importante para a sociedade, daí a criação, a 21 de Abril de 2022, desta organização para associar os estatísticos do país.

E, para saudar a data, a ANEA programou abordar o referido tema, um assunto pertinente e factual no país, que afecta muitos cidadãos e que deve ser bem entendido pelo tipo de pobreza que cada um enfrenta, como a monetária, alimentar, habitacional e outras.

Neste capítulo, André Miaveta sugere a introdução do ensino da estatística nos cursos médios, com vista a se tirar maior benefício dos produtos da operação censitária (Censo), para uma melhor tomada de decisão e aprovação do eixo estratégico para a investigação e desenvolvimento sustentável da sociedade angolana, pontualiza. SL/JD/VIC