Navio norueguês inicia cruzeiro científico em Angola

Luanda – O primeiro cruzeiro científico/2023 do navio de investigação norueguês, “Dr. Fridtjof Nansen”, em águas oceânicas de Angola, partiu hoje (domingo), com vista a aprofundar o conhecimento sobre diversas espécies da costa marítima angolana.Com 44 profissionais a bordo, entre tripulantes e cientistas angolanos e estrangeiros, a embarcação saiu do Porto de Luanda às 8h30 para a região Centro de Angola, onde será feito um estudo sobre a distribuição, abundância e o comportamento das espécies (recursos mesoplágicos) que se encontram entre 200 a 1000 metros de profundidade abaixo do oceano.Conforme o itinerário que ANGOP teve acesso, este primeiro cruzeiro terá duração de 10 dias, destacando-se o envolvimento de 10 cientistas angolanos e cinco estrangeiros.Já o segundo cruzeiro, que será feito em 30 dias, irá abranger toda costa marítima angolana, iniciando da região norte até a foz do rio Cunene, com a presença de 12 pesquisadores nacionais e seis europeus. Com cerca de 1 650 quilómetros de extensão, voltados para o Oceano Atlântico, a costa marítima angolana está dividida em três áreas: Norte, que sai do sul do rio Congo até a Ponte das Palmeirinhas, Centro (Palmeirinhas/Benguela) e o Sul (Benguela/Foz do rio Cunene).É nestas regiões marítimas onde o navio Nansen vai navegar durante 40 dias, para reunir dados científicos e alcançar uma gestão sustentável da pesca, bem como aferir o impacto das mudanças climáticas nos oceanos de Angola. Esta embarcação volta a cruzar as águas oceânicas nacionais há quase um ano depois de marcar presença no país, em Setembro de 2022, período em que fez o mapeamento das principais zonas de lixo marinho em Angola. A presença regular do navio norueguês em Angola enquadra-se no Programa EAF-Nansen, criado em 1975, com o objectivo de prestar suporte técnico no domínio da investigação e gestão das pescas, tendo já colaborado com 58 países da África, Ásia e América do Sul. Executado pela FAO, em estreita colaboração com o Instituto de Pesquisa Marinha (IMR) de Bergen da Noruega, esta iniciativa é financiada pela Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento, com vista a promoção da utilização sustentável dos recursos marinhos vivos e melhorar a protecção do ambiente marinho. Na condição de país signatário das Nações Unidas, Angola tem beneficiado de diversos cruzeiros de investigação científica de âmbito nacional e regional, para aprofundar o conhecimento sobre os oceanos, facto que tem permitido estimar a abundância dos principais recursos pesqueiros ao longo da sua costa marítima. Desde 2017 até a presente data, o Programa EAF-Nansen trabalha com 32 países da África e apoia os esforços regionais e específicos de cada país, com vista a melhoria da segurança alimentar e nutricional, assim como o alcance de sistemas de gestão pesqueira sustentável. O navio de investigação Dr. Fridtjof Nansen, que entrou em funcionamento em 2017 e equipado com tecnologia de ponta, é a terceira versão com o mesmo nome e o único que arvora a bandeira das Nações Unidas no mundo.