Novo impulso na cooperação com a Zâmbia

A visita de Hakainde Hichilema, que se efectua a convite do homólogo angolano, abre boas perspectivas para o reforço da cooperação bilateral, como, de resto, reconheceu, ontem, o Presidente João Lourenço, durante uma conferência de imprensa que serviu para apresentar os resultados das conversações entre as delegações dos dois países.

Os dois países, além de vizinhos, têm laços de irmandade, que começaram a ser estabelecidos durante a luta de libertação nacional e cimentados ao longos dos anos. A Zâmbia acolhe uma das maiores – senão mesmo a maior – comunidade de angolanos na diáspora, na sua generalidade refugiada do então conflito no nosso país.

Angolanos e zambianos, sobretudo aqueles que se encontram ao longo da fronteira, têm hábitos e costumes comuns, pelo que iniciativas para o reforço da cooperação entre os dois países e povos são sempre salutares.

É, de resto, este o apelo feito, ontem, pelo Chefe de Estado angolano. João Lourenço afirmou que Angola tem as portas abertas para mais investimentos zambianos no país. O estadista realçou o facto de a cooperação entre Angola e a Zâmbia permitir a troca de produtos entre dois países vizinhos. João Lourenço disse ser um “absurdo” adquirir um produto tão longe quando o mesmo pode ser encontrado bem próximo, como na Zâmbia.

O Presidente zambiano já tinha adiantado a intenção de alteração do cenário, na terça-feira, assim que desembarcou no Aeroporto 4 de Fevereiro. Hakainde Hichilema disse que, até recentemente, a ideia tinha sido “viajar para muito distante das nossas casas (países)” e que, agora, se quer “mudar este quadro”.

Para dar novo impulso à cooperação bilateral, Angola e Zâmbia assinaram, ontem, seis instrumentos jurídicos, entre os quais se destaca o Memorando de Entendimento entre os Governos dos dois países para a construção das “estradas de ligações fronteiriças”, nas vias Jimbe – Mwinulunga e Mapelenga (Malundo) – Sikongo. Trata-se de um instrumento que, ao ser implementado, vai, em grande medida, facilitar a circulação de pessoas e produtos dos dois países.

E como sinal da importância que Angola e a Zâmbia atribuem ao sector dos Transportes, o programa da visita do Presidente Hichilema inscreve, para hoje, antes de deixar Luanda, uma deslocação ao Corredor do Lobito – Porto local e os Caminhos-de-Ferro de Benguela – que, também, vai ser fundamental para a troca de mercadorias entre os dois países.