OEACP quer economias dos países-membros mais interligadas

A 10ª cimeira da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) tem como foco promover a cooperação Sul-Sul para permitir que a nível da região os produtos e materiais possam circular para afirmação das economias, considerou, ontem, o secretário-geral da OEACP.

Em entrevista à margem da 10ª Cimeira da organização, Georges Chikoti disse que ao assumir a presidência, oficialmente, na sexta feira, Angola tem a “responsabilidade de continuar a relançar os desafios que os nossos países têm”, de se afirmarem entre as grandes economias.

A Cimeira de Luanda da OEACP, que arranca hoje e termina sábado, vai também permitir aos Chefes de Estado aprovar documentos e abordar diferentes temas, bem como traçar estratégias para o futuro, de forma a criarem  valências para contrapor os efeitos dos conflitos mundiais e alteração dos preços na economia internacional.

“Nesta Cimeira, vamos debater soluções para afirmação das economias dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico e dar voz às pequenas economias subdesenvolvidas para que, no quadro global, possam ser reconhecidas”, destacou.

O certame está de igual modo a promover empresas ligadas aos Estados-membros da OEACP que já trabalham na transformação de produtos e mostrar que, apesar dos conflitos mundiais, mesmo assim, as economias persistem.

O primeiro dia do evento,organizado pelo Banco Mundial, ficou marcado por momentos de aprendizagem entre o BM e doze países da organização Business Friendly Program (negócios amigáveis), cujo objectivo foi promover a partilha de experiências de reformas para melhorar o clima de investimento.

O referido programa é uma parceria com a União Europeia, Centro de Comércio Internacional e a Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).

O evento contou com a participação de aproximadamente 70 convidados, provenientes de 11 países que beneficiam do programa.

Os comentários de abertura foram proferidos pelo secretário-geral da organização, Georges Rebelo Pinto Chikoti, e por Victor Fernandes, ministro angolano da Indústria e Comércio.

Albert G. Zeufack, diretor do Banco Mundial para Angola, Burundi, República Democrática do Congo (RDC) e São Tomé e Príncipe, também prestigiou o evento, bem como Mona Haddad, directora Global do Banco Mundial para o Comércio, Investimento e Competitividade, além de outras importantes figuras da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e do Centro Internacional para o Comércio.

O dia de amanhã, ainda sob orientação do BM, estará voltado para “falar do futuro” e trabalhar com o sector público em busca de soluções para criar emprego, promover exportações e criar riqueza, no geral, entre os países membros.

Desenvolver a cadeia de valor

O ministro do Comércio e Indústria, Victor Fernandes, realçou que Angola quer aproveitar a Cimeira para promover a cadeia de valor nacional e afirmar a economia nacional.

Para o responsável, o programa envolve uma componente de negócios associado e tem como objectivo principal partilhar visões sobre como é que os Estados da África, Caraíbas e Pacífico, podem relançar e criar condições para que as cadeias de valor produtivas que envolvem as micro, pequenas e médias empresas estejam ao serviço de desenvolvimento dos respectivos países.