Angola no 7º lugar no “ranking” dos países africanos com satélite

Há cada vez mais países africanos a enviar satélites para o espaço. Os objectivos são múltiplos, desde garantir o acesso rápido à internet, alertar para desastres naturais e promover o desenvolvimento do continente.

Angola ocupa a 7ª posição na lista de países africanos com satélite com o lançamento esta semana do Angosat-2, depois da África do Sul, o pioneiro a deter um satélite em 23 de Fevereiro de 1999, seguido da Argélia (28 de Novembro de 2002), Nigéria (27 de Setembro de 2003), Egipto (17 de Abril de 2007), Marrocos (08 de Novembro de 2017) e Gana (03 de Junho de 2017), o 6º do “ranking”, de acordo com pesquisas do Mercado.

O novo satélite angolano foi lançado no dia 12 de Outubro deste ano, sendo a segunda vez que o País coloca em órbita um satélite, depois do Angosat-1, em Dezembro de 2017, cujo lançamento fracassou.

“É uma situação recorrente, acontece algumas vezes fruto da complexidade de um satélite de telecomunicações” como o Angosat, justificou o ministro das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.

O Angosat-1, construído com base num acordo assinado entre Angola e a Rússia, em 2009, custou 360 milhões USD ao Executivo, mas tinha um seguro de 121 milhões USD, que em caso de acidente ou desaparecimento, cobriria a totalidade dos custos da sua substituição.

O novo satélite pesa duas toneladas e possui uma alta capacidade de transferência de informação. Com o Angosat-2, o Executivo promete colocar o País num lugar de destaque nas comunicações em África.

O Angosat-2, segundo o ministro Mário Oliveira, fará parte de um ecossistema de telecomunicações que Angola pretende, pois tem o objectivo de ser um ‘hub’ africano de telecomunicações.

“O nosso País é extenso e as comunicações via satélite ajudam a que cheguemos aos pontos mais recônditos do País de forma mais célere”, refere, ressaltando os impactos positivos desta solução tecnológica que vai contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do País em várias áreas.

O lançamento do satélite coincide com a Semana Mundial do Espaço e culmina com um conjunto de acções que o Executivo tem desenvolvido para a formação de quadros no sector aeroespacial.

O satélite construído pela russa ISS Reshetnev e transportado a partir do Cosmódromo de Baikanur, no Cazaquistão, tendo sido transportado pelo foguetão “Proton-M”, deverá possibilitar uma largura de banda de 13 gigabites em regiões onde chega o seu sinal, abrangendo a maior parte do continente africano e boa parte da Europa, esperando-se que o País minimize as actuais dificuldades de acesso a comunicação.

Uma mola impulsionadora…

Como que a “acelerar o desenvolvimento” há cada vez mais países africanos a enviar satélites para o espaço, como por exemplo também o Ruanda. Os objectivos são múltiplos, desde garantir o acesso rápido à internet, alertar para desastres naturais e promover o desenvolvimento do continente.

Em 2017, a União Africana adoptou uma estratégia espacial, cujo objectivo é criar uma agência espacial pan-africana, tendo em conta as necessidades específicas do continente.

Contudo, a organização adjudicou ao Egipto o contrato para a sede da agência, que terá lugar no Cairo, para depois começar a trabalhar com os países cujos programas espaciais estão mais desenvolvidos, como por exemplo, a África do Sul e a Nigéria.

A África do Sul desenvolveu um satélite de observação meteorológica que ajuda no combate aos incêndios florestais. A Nigéria, por sua vez, os satélites contribuem para o combate ao grupo extremista islâmico Boko Haram, fornecendo dados precisos sobre a região. O sonho nigeriano não fica por aí: o país quer enviar um astronauta para o espaço até 2030.

África do Sul, o pioneiro

Em 1999, o pequeno satélite experimental “Sunset”, da África do Sul, entrava em órbita a bordo do foguete norte-americano Delta II. Desde então, vários países africanos criaram agências espaciais e muitos juntaram-se ao “clube” dos donos de satélites: Angola, Quénia, Gana, Argélia, Egipto e Nigéria.

Ressalta-se, no entanto, que mais de duas dezenas de satélites africanos estão actualmente no espaço – cerca de metade desde 2017.

Depois da África do Sul, o primeiro país de África a possuir um satélite, o SUNSAT (Stellenbosch UNiversitySATellite) lançado em órbita no dia 23 de Fevereiro de 1999, através do foguete Delta II a partir da Baseda Força Aérea de Vandenberg, Califórnia (EUA), seguiu-se a Argélia que possui um satélite, o AlSAT- 1, lançado no dia 28 de Novembro de 2002, a Nigéria que possui um satélite, o NigeriaSat-1, que, foi o primeiro satélite nigeriano, o Egipto que detém um satélite, o EgyptSat 1 (MisrSat-1), lançado em órbita no dia 17 de Abril de 2007, o Marrocos que possui um satélite, o Mohammed VI-A, lançado em órbita no dia 08 de Novembro de 2017 e Angola, o sétimo país que lançou um satélite, o AngoSat-2, no dia 12 de Outubro de 2022.

Fonte Mercado